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 | 02/12/2005 15h33min

Empresários não querem queda abrupta dos juros

PIB e eleições de 2006 não devem afetar investimentos já programados

Apesar de cobrarem a aceleração no corte dos juros, os empresários que participaram hoje de encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que o governo não pode "relaxar demasiadamente" na condução da política econômica. Segundo eles, tão ruim quanto aumentar demais os juros seria optar agora por uma redução abrupta das taxas.

– Todos querem juros mais baixos, mas é preciso haver uma sintonia fina. Não se pode relaxar demasiadamente. A tendência está dada (corte dos juros) e somente este fato já dá uma esperança para nós – afirmou o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli.

Na avaliação de Jorge Gerdau, presidente do grupo Gerdau, medidas mais radicais neste momento poderiam significar "sacrifícios" a meio prazo.

– As experiências internacionais mostram que mudanças nos juros não podem ser feitas de forma abrupta, sob o risco de perder o sacrifício já feito antes para controlar a inflação – afirmou ele.

Ambos também disseram que devem manter os investimentos já programados, independentemente da queda do PIB no terceiro trimestre deste ano e dos efeitos das eleições de 2006.

Para Agnelli, a retração da atividade econômica foi "conjuntural" e frisa que a economia internacional vai continuar crescendo no próximo ano, o que vai beneficiar as exportações brasileiras. Já Gerdau afirmou que é "irreversível" a tendência de crescimento do país no longo prazo.

Lula, empresários e membros do governo se encontraram no 7º Seminário Brasil e Parceiros: Oportunidades de Negócios, realizado em São Paulo. Promovido pelo governo federal, o encontro reuniu mais de 100 empresários de 28 países. As outras seis edições ocorreram nas cidades suíças de Genebra e Davos, em Seul (Coréia do Sul), Tóquio (Japão) e Nova York (EUA), onde foram realizados dois eventos.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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