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 | 29/11/2005 10h03min

Auxiliar de Palocci terá de falar sobre caso Cuba

Ademirson Ariovaldo da Silva é o terceiro assessor do ministro a fazer

A CPI dos Bingos ouve hoje Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor especial do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, enquanto mantém a incerteza do dia e da hora em que o próprio ministro deve ocupar o lugar de depoente.

Ademirson foi diretor de investimentos do Instituto de Previdência de Ribeirão Preto, no segundo mandato de Palocci como prefeito da cidade paulista (2000-2002). A CPI apura, entre outras coisas, suposto recebimento de propina por membros da prefeitura para a formação de caixa 2 do PT.

Os senadores que integram a comissão também querem esclarecer o motivo das mais de 1,4 mil ligações telefônicas trocadas entre Ademirson e Vladimir Poletto, ex-secretário de Palocci na segunda gestão na prefeitura. Poletto é suspeito de transportar três caixas contendo dólares de Cuba para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2002. Ele já prestou depoimento à CPI dos Bingos e negou a acusação.

Sobre a troca constante de telefonemas com Ademirson, Poletto afirmou que eram amigos. O telefone de Ademirson está registrado em nome do Ministério da Fazenda e às vezes era utilizado por Palocci. Os senadores suspeitam que os ex-assessores faziam tráfico de influência no ministério.

Em 2003, Poletto e outros ex-assessores de Palocci montaram uma casa em Brasília que tinha como objetivo fazer negócios, como declarou o próprio Poletto à CPI. Ademirson também freqüentou a casa. Ele será o terceiro assessor de Palocci a ser ouvido pela CPI – além de Poletto, o advogado Rogério Buratti também já depôs à comissão.

Apesar de fechar o cerco ao ministro, os senadores ainda não têm certeza se e quando o próprio Palocci comparecerá para prestar depoimento. O presidente da comissão, Efraim Morais (PFL-PB), disse ontem que pretende conversar com ele até hoje para definir a data, que, espera, seja antes do dia 10 de dezembro.

Porém, como conseguiu mudar sua posição de convocado para convidado, o ministro pode recusar o convite e protelar seu comparecimento para o ano que vem.

– As coisas estão esfriando – analisou o relator da CPI dos Bingos, Garibaldi Alves (PMDB-RN), sobre o comparecimento do ministro.

Ele faz coro com Efraim ao defender o depoimento de Palocci até o dia 10. Na semana passada, o PSDB e o PFL sugeriram adiar o depoimento. O PFL, porém, recuou e apoiou Efraim em sua resolução.

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