novembrada | 27/11/2009 12h35min
— Viu o que é o destino? Eu deixei a placa (da Novembrada), mas não voltei para casa de mãos vazias (risos) — divertia-se Nilo Marques de Medeiros Filho, coronel da reserva e tutor da relíquia da Novembrada, ao exibir uma outra placa, esta em sua homenagem, concedida pela Câmara de Vereadores de Florianópolis durante a sessão solene em que ele fez a entrega da peça à Casa da Memória.
Pela primeira vez em 30 anos o "tutor" ficou distante da sua "protegida". Isso já nos momentos que antecediam a sessão. Uma sensação estranha, reconheceu o boa praça. A história fez do militar um fiel depositário do derradeiro capítulo do episódio mais emblemático da vida política recente do Estado.
Quando ele recuperou a lâmina atirada contra as portas do Palácio Cruz e Sousa, logo após os incidentes daquele 30 de novembro de 1979, Nilo era major e responsável pela segurança pessoal do governador Jorge Bornhausen. Quando deixou a Casa Militar em 1983, se encarregou da missão de
zelar pelo artefato até que
surgisse o momento oportuno para que fosse novamente devolvido.
Durante todo este período, a Placa da Novembrada ficou guardada em locais não conhecidos, afim de garantir a integridade daquela relíquia, que segundo este avaiano de 68 anos, é um documento do povo catarinense e que merecia um destino condizente com a sua importância. Missão cumprida.
— Ela (a placa) ganhou uma dimensão histórica muito maior daquilo que na época foi o seu propósito. Ela é a verdade absoluta em bronze de um episódio que sem dúvida contribuiu para encerrar um regime militar — sustenta Nilo.
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