Ambiente | 28/03/2011 08h34min
Ao discursar na África do Sul em julho de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi categórico:
- Faremos uma Copa verde como as nossas florestas.
Menos de um ano depois, já é possível notar alguns esforços para fazer do desejo de Lula uma realidade. Os projetos de melhoria da qualidade da obra dos estádios que receberão jogadores e turistas devem seguir uma linha de redução de impacto ambiental. Alguns já confirmaram a captação da água da chuva e o uso de placas solares. Outros, aproveitam a etapa das obras para doar cadeiras antigas para estádios menores e comercializar material de demolição. Ainda assim, o desejo do coordenador da temática nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa de 2014, Claudio Langone, quer mais:
- A ideia é que os visitantes sintam a preocupação socioambiental.
Os organizadores da Copa do Mundo no Brasil tem plena consciência da amplitude do evento, considerado um dos mais televisionados do mundo. Por isso mesmo, desejam que as ações verdes apostadas possam ser vistas mundo afora.
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Para alcançar os principais objetivos - mobilizar a sociedade, garantir um legado verde para o país e articular a sustentabilidade como política de inclusão social - será preciso trabalhar bastante. Grande parte dos planos estão definidos, a maioria das arenas está com obras em andamento e muitas buscam certificações ambientais como o LEED - Green Building Council. A grande questão é que grande parte do planejado começa a se desenvolver agora e alcançar a sensibilização dos visitantes e a mobilização dos brasileiros exige esforço.
Um bom exemplo vem da Grã-Bretanha. Com um plano de metas rigoroso e uma equipe que fiscaliza cada etapa do processo o país quer garantir que a Olimpíada de 2012 seja efetivamente considerada verde.
- Foi prometido que seriam os Jogos Olímpicos mais sustentáveis da história. À época, perceberam que sustentabilidade é algo difícil de se definir, e que muita coisa é falada sobre o assunto, mas, às vezes, muito pouco é realmente feito. Por enquanto, estamos de acordo que a comissão tem sido um sucesso - afirma Shaun McCarthy, coordenador da Commission for a Sustainable London 2012 (Comissão para uma Londres 2012 Sustentável).
O investimento em estádios com alta qualidade e baixo impacto é uma delas. Por isso, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) lançou o programa BNDES ProCopa Arenas que deve financiar parte das obras desde que padrões de redução do impacto sejam respeitados.
Estados como Amazonas, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro já formalizaram seus pedidos. Mesmo assim, para receber o dinheiro, será preciso cumprir três condições básicas estabelecidas pelo banco: sustentabilidade econômica pós-Copa, padrões construtivos e de gestão adequados ao uso dos recursos ambientais e adequação ao entorno do estádio.
- Licenciamento ambiental não é diferencial, precisamos ir além - diz Claudio Langone, coordenador da temática nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa de 2014.
Um projeto semelhante, chamado BNDES ProCopa Turismo, também deve estimular a construção de hotéis com características verdes ou eficiência energética. Nesse caso, o grande diferencial é o prazo extenso de pagamento e a exigência de certificações aceitas pelo Inmetro, como o Procel Edifica.
Outra ideia importante, mas que ainda está no começo, é o inventário de carbono dos jogos. Está nos planos calcular os gases do efeito estufa emitidos pelas atividades executadas aqui, exceto os que provêm de viagens aéreas. O modo como será feito a compensação – plantio de árvores ou compra de créditos de carbono, por exemplo – também não está definido.
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