| 22/12/2011 10h44min
O ano vai chegando ao fim e esse é o momento ideal para você pensar como foram seus gastos e investimentos: você viajou, comprou roupas, calçados, objetos para a casa – alguns por impulso, confesse!, e saiu para jantar num lugar bacana pelo menos uma vez ao mês. Se você se planejou, ok: fez gastos que estavam previstos e não prejudicou seu orçamento. Mas se seu tino para planejar ainda anda defasado, é bom fazer uma pausa e observar: 2012 vai começar com dívidas? Quantas? E as parcelas dos presentes de Natal, até quando vão me acompanhar? Vai sobrar dinheiro praquela viagem que tanto sonho em fazer? E as contas de janeiro?
Calma! São muitas perguntas que, a princípio, ficam sem respostas, mas basta pegar uma calculadora e colocar no papel tim tim por tim dos gastos que você ainda terá que quitar, sem deixar de pensar naqueles que você ainda vai fazer!
Para a professora da Escola de Negócios da Universidade Positivo, Andréia Ribeiro da Luz, o primeiro passo é se livrar das antigas dívidas, pois ao estar endividado não se consegue poupar e não conseguindo poupar, não se acumula renda. “O ideal é aproveitar o décimo terceiro para quitar as velhas dívidas e começar o ano de 2012 fazendo um orçamento financeiro no intuito de administrar suas entradas e saídas de recursos, dando início a um processo de poupança programada mensal, pelo menos de 10% do salário líquido”, explica.
A professora também deu outras dicas para começar o novo ano com o pé direito e com as contas no azul. Ela também falou sobre a melhor forma de pagamento do IPVA e qual tipo de investimento será mais vantajoso para 2012. Confira!
hagah: A gente sabe que final de ano é basicamente sinônimo de gastar mais. Evitar as parcelas é um bom começo?
Andréia Luz: Sim. Se for possível comprar a vista, melhor, desde que se consiga desconto para tal. Caso contrário, pode-se optar em parcelar no cartão de crédito, porém deve-se cuidar para não extrapolar o limite, pois além de pagar uma taxa adicional por isso, pode correr o risco também de acabar caindo no equívoco de pagar a parcela mínima do cartão de crédito, fato esse que gera uma bola de neve na dívida, pois a parcela mínima não amortiza a dívida e sim, é somente o juro do período que está sendo pago.
hagah: Qual o melhor tipo de planilha para o controle das finanças?
Andréia Luz: Pode ser feito um controle no Excel, no qual se possa visualizar, pelo menos mensalmente todas as entradas e saídas de recursos. Pois assim, saberá exatamente para onde está indo o dinheiro podendo então tomar uma ação corretiva, caso seja necessário.
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hagah: Início de ano e o famoso IPVA. Qual é a melhor opção: pagar à vista com desconto de 5% ou parcelar?
Andréia Luz: Para responder essa pergunta vamos fazer uma simulação de um valor de IPVA de R$ 820,40 para pagamento a vista com 5% de desconto e parcelado em 3 vezes.
À vista: R$ 779,38
Parcelado: 3 parcelas x R$ 273,47
Então, temos R$ 779,38 para pagamento à vista e R$ 820,40 para pagamento em 3 vezes de R$ 273,47, gerando uma diferença de R$ 41,02. Porém temos que levar em consideração que a primeira parcela deverá ser paga na mesma data que o pagamento integral à vista, fato este que afeta a taxa efetiva de juro pago no período.
Ou seja, no mês em questão não se paga integralmente os R$ 779,38, porém paga um valor parcial do financiamento de R$ 273,47 (equivalente a primeira parcela). O resultado é que optando pelo parcelamento, está financiando R$ 505,91 em duas parcelas de R$ 273,47, o equivalente a 5,36% de juros ao mês ou 87,12% de juros ao ano.
Observa-se, através dos cálculos que vale a pena pagar o IPVA à vista com desconto de 5%, pois o juro é muito próximo de um financiamento pessoal. E também, ao se comparar ao rendimento da poupança ou de qualquer título de renda fixa, o rendimento mensal não chega nem próximo de 5,36% ao mês.
hagah: Tenho dívidas e tenho um PGBL (Programa Gerador de Benefícios Livre). Devo resgatá-lo para pagar as dívidas ou é melhor renegociá-las e manter o plano?
Andréia Luz: Depende. O Programa Gerador de Benefícios Livre (PGBL) é um produto indicado para investidores de longo prazo e que declaram Imposto de Renda pelo modelo completo. Sacar recursos do PGBL em pouco tempo pode gerar prejuízo, pois além de incidir Imposto de Renda sobre os rendimentos, há também a incidência de impostos sobre o capital depositado. Para aqueles que precisam sacar, o recurso investido em curto prazo pode acabar retirando menos do que o capital investido. Portanto, em muitas situações é mais interessante renegociar a dívida, até porque muitas vezes num processo de renegociação o devedor acaba obtendo redução no valor total a pagar.
hagah: Com o cenário econômico global incerto, como devem ficar os investimentos em 2012? Qual é a melhor opção?
Andréia Luz: Como estamos num processo de queda nas taxas de juros, os títulos de renda fixa prefixados, aquele onde a remuneração é determinada no ato da aplicação, são mais atraentes, principalmente para aqueles investidores de perfil mais conservador. Como exemplo de investimentos de renda fixa temos a poupança, títulos privados (CDB e RDB), títulos públicos e fundos de renda fixa.
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E você, já começou a se planejar financeiramente para 2012? Quais serão seus planos para o novo ano? Clique aqui e conte pra gente!
HAGAH PR
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