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Reciclagem  | 06/06/2011 07h10min

O plástico ocupa 25% da sua lixeira

Reutilizando pouco mais da metade do PET que produz, o Brasil já ocupa a segunda colocação mundial na reciclagem do resíduo, ficando atrás somente do Japão

Pedro Moreira  |  pedro.moreira@zerohora.com.br

Quando vai a festas de aniversário de amigos ou colegas e depara com montanhas de copos, pratinhos, papéis de docinhos, garrafas PET e itens de decoração descartados no lixo, Sofia Grivot Volkmann, oito anos, fica impressionada. A enorme quantidade de plástico, muitas vezes descartada de forma errada, não faz parte da rotina da menina.

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E, de fato, é necessário aumentar a conscientização para o encaminhamento correto do resíduo - estima-se que o tempo para sua decomposição varie entre cem e 400 anos.

Em 2009, pouco mais de 21% dos plásticos rígidos produzidos no Brasil foram reciclados - 556 mil toneladas. Já entre as embalagens PET, o índice chega a 55,6%, ou 262 mil toneladas, conforme dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre). O país é o segundo colocado em reciclagem de PET no mundo, atrás apenas do Japão. E isso retorna ao consumidor transformado em cabides, vassouras, sacos de lixo, calçados, camisetas e até em paradas de ônibus. A nova forma de aproveitar as sacolinhas, a madeira de plástico, pode ser utilizada também para construir abrigos, floreiras e lixeiras.

E há ainda muito desse material para ser reciclado por aí. Segundo informações do Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), em torno de 25% do lixo seco descartado na cidade é composto de plásticos. Do total de um quilo de lixo produzido por pessoa ao dia, cem gramas são constituídas de plástico. Isso dá um total de cerca de três quilos ao mês.

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É preciso tratar o ambiente externo como o próprio corpo

Para a mãe de Sofia, a terapeuta Ana Grivot, 39 anos, as pessoas precisam mudar a forma como interagem com os resíduos que produzem. Morando em um condomínio horizontal vizinho à mata nativa, ela encara o consumo de materiais descartáveis de forma ampla. A terapeuta acredita que separar o lixo tem tudo a ver com uma convivência em harmonia com o que está em volta:

- A questão de separar o lixo é de consciência, engloba a vida toda. Quando pensas em lixo, estás pensando além dele. Estás pensando na forma como se age na vida.

Assim como os demais integrantes das famílias retratadas nesta reportagem, Ana considera que o principal desafio atual é a conscientização efetiva das pessoas em relação à necessidade de mudança nos processos de consumo. É preciso ir além do discurso.

Trabalhando diariamente com produtos vindos da natureza, como florais e elixires, ela e Sofia consideram fundamental os processos de reciclagem.

- É preciso tratar o ambiente externo da mesma forma que se trata o próprio corpo. O lixo exige discernimento. É preciso colocar na mente que, se isso é um plástico, ele deve ter o destino correto - avalia Ana.

NOSSO MUNDO SUSTENTÁVEL
Mauro Vieira / Agência RBS

Ana e Sofia são exemplo de família que pratica efetivamente a reciclagem
Foto:  Mauro Vieira  /  Agência RBS


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