Cultura | 31/05/2011 07h10min
Escondida entre as ruas de um bairro da periferia de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, uma casa de paredes verdes funciona como usina de reciclagem há mais de duas décadas.
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No comando, uma pequena senhora de 90 anos, que fez do aproveitamento total do lixo um meio para ajudar as cerca de 40 idosas que integram a Associação de Mulheres Princesa Isabel (Ampi).
A história de Emília Neves Athaídes, uma incansável defensora da valorização da terceira idade, é contada no documentário Dona Emília Sustentável, lançado no início deste mês.
O filme mostra a rotina de uma mulher cheia de ideias - e que não conseguia ficar parada. O dia de Dona Emília, que morreu alguns dias após o final das gravações, começava cedo. Antes das 6h, ela já estava em pé, acompanhada de seu inseparável chimarrão. Na casa-usina, também sede da Ampi, até mesmo cocô de galinha vira adubo, que é trocado por serragem para o galinheiro. Um sistema de captação projetado por ela armazena a água da chuva, usada para lavar o chão e a louça.
- Eu vi que a água corria (do telhado). Eu precisava da água e botei a parar. Eu via tanta água ir fora. Disse: ai, meu Deus, essa água, a gente coando, fica boa. E foi assim - conta a intuitiva Emília no filme.
A associação é mantida pela venda de materiais coletados diariamente como papelão, jornais, latas de alumínio e garrafas PET. As idosas também fazem colchas, tapetes e cortinas a partir de retalhos de tecido doados por costureiras da região.
A vida de Dona Emília é um exemplo de como a iniciativa de apenas uma pessoa pode transformar a realidade de muito mais gente.
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Diretor é neto da personagem principal
Dona Emília Sustentável é uma reaproximação do diretor, Rubiélson Medeiros, 30 anos, com a história de sua avó. Formado em Produção Audiovisual pela Ulbra, Medeiros teve a ideia de filmar o documentário em 2008, para um trabalho de uma disciplina do curso. O filme foi rodado em três meses e contou com a participação de colegas da faculdade.
Nascido em Canoas, no bairro Mathias Velho, o diretor tem uma história de envolvimento com trabalho voluntário desde os 18 anos. Ele é idealizador do projeto social Canta Brasil, ONG que trabalha o desenvolvimento humano de crianças e jovens por meio da dança.
A produção tem o apoio de Natura, Blueville, Ulbra, Gang, J R Móveis, Challenge e Music College.
Mais sobre Dona Emília Sustentável em http://filmedonaemilia.blogspot.com
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