Há mais de sete anos a IBM ouve executivos de grandes empresas, os chamados CEOs (Chief Executive Officer, em inglês), para entender o que os preocupa e, assim, elaborar soluções.

No ano passado, o projeto ganhou um novo braço, o Global Student Study, que ouviu cerca de 3,6 mil integrantes da chamada geração Y, os nascidos a partir de 1980. A comparação dos resultados mostrou que características inerentes a esses jovens - que viajam, falam mais de um idioma e são rápidos nas decisões - podem ter feito com que a visão global e as questões ambientais alavancassem no ranking de fatores que eles consideram determinantes para uma empresa.

- Os jovens estão inseridos numa cultura holística, têm cabeças arejadas - analisa Alejandro Padron, consultor da IBM Brasil.

Esse interesse se confirma com os dados do programa Caminhos e Escolhas, criado pelo Santander para sanar dúvidas e ajudar os estudantes a escolherem um rumo profissional.

- Quando perguntamos qual deveria ser o tema do próximo encontro presencial, 54% optou pela sustentabilidade - conta Eliane Simões Dilinski, consultora de Recursos Humanos do banco.

Ainda assim, a coordenadora do programa de formação para a sustentabilidade do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Érica Gallucci, entende que os jovens precisam ter uma noção maior dos fatores sociais.

- O resultado da pesquisa não é uma surpresa, os futuros líderes estão sendo formados de outro jeito - salienta Érica.

Os resultados

- Mais de 3,6 mil estudantes e 1,5 mil CEOs de mais de 40 países responderam à pesquisa. Mais de 90% deles nasceram depois de 1980.

- 65% dos estudantes afirma que a escassez de recursos terá um impacto grande nas organizações.

- Quando a pergunta é feita para os executivos, esse número cai para 29%

- Ao responder sobre os fatores que vão impactar as empresas, os universitários colocaram as questões ambientais em 4º lugar. Para os CEOs, essa opção é a 7ª colocada

- Enquanto a visão global é a 1ª colocada no ranking dos fatores que influenciarão as organizações para os jovens da geração Y, os atuais CEOs a colocam na sexta posição.