Saúde | 07/02/2011 00h10min
Mesmo com evidências sérias, ainda não é possível garantir a relação do acúmulo do bisfenol-A (BPA) no corpo com disfunções como a puberdade precoce em meninas. Grande parte dos testes foi realizada fora do Brasil e alguns são questionados por usar animais como cobaias.
Por esse motivo, um dos objetivos da Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo (Sbem-SP) é pesquisar as interferências da substância nas glândulas do corpo humano.
A partir de março, a equipe da endocrinologista e professora da USP Elaine Costa, integrante da campanha, deve começar a desenvolver estudos epidemiológicos sobre o tema.
A ideia é tentar verificar se existe relação entre mães expostas ao bisfenol e o peso de seus recém-nascidos. As conclusões, no entanto, devem demorar, no mínimo, um ano e meio para ficarem prontas.
- As pesquisas são necessárias para descobrirmos quanto tempo o bisfenol permanece no corpo e se há uma dose segura - diz Elaine.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a capacidade brasileira de produção de BPA é de 28 mil toneladas por ano, o que representa menos de 1% do total produzido no mundo.
Mesmo assim, a presença da substância também em resinas époxi, usadas no revestimento interno de latas como as de atum, refrigerante ou cerveja preocupa.
Por enquanto, a indústria não é obrigada a identificar o uso do químico nas embalagens dos produtos à venda. Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o aviso dos rótulos de todos os produtos que contenham o BPA é algo emergencial e um direito fundamental dos consumidores.
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