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 | 05/02/2011 23h46min

Foi a mais fantástica plateia para a qual já toquei, diz Ben Harper após show em Florianópolis

Cantor fez show neste sábado na Praia do Campeche

Renê Müller  |  rene.muller@diario.com.br

Ben Harper e Florianópolis. Uma história para ser registrada. Parece que a confusão toda envolvendo a realização ou não do Praia Skol Music no Sul da Ilha serviu como combustível — não apenas para o cantor, que confirmou sua fantástica presença de palco, como para a plateia, provavelmente a mais entusiasmada em um show internacional realizado na Ilha.

Não por nada, Harper agradeceu emocionado de fato:

— Foi a mais fantástica plateia para a qual já toquei. E a que tem o melhor ritmo para bater palmas. Sempre bate no ritmo perfeito!

Foi uma hora e meia de celebração. A banda Relentless 7 é inofensiva e careta só no visual de bolsistas de pós-graduação (dá impressão que foi arregimentada no entorno da Biblioteca da UFSC). No palco, colocam fogo no cozido do cantor norte-americano. É uma banda direta, despojada e sem cerimônias.

Harper aproveitou disso para atiçar a moçada. Começou com peso, emendando pauladas, com destaque para a sempre exigida Better Way. Teve a companhia do amigo Donavon Frankenreiter nas guitarras de Diamonds on the Inside. Momento de pura descontração para os dois músicos.

Depois emendou uma sequência acústica linda, daquelas de fazer chorar. A pequena suíte envolvendo dedilhados acústicos, a delicadeza de Walk Away e a catarse de She's Only Happy in the Sun (que entrou de última hora no setlist) foi o ponto máximo. A última foi entoada em uníssono, para a surpresa do astro. Ele não escondeu a alegria com o momento de perfeita comunhão com seu público. Um daqueles raros momentos em que artista e palco são comandados de fora.

Depois as guitarras voltaram a roncar com o boogie southern de Boots Like These, em que o guitarrista Jason Mozersky tocou em meio a um temporal de wah-wah (pedal de efeito), para casar com a chuva que não parava de cair no Riozinho do Campeche. E as guitarras abriram espaço para outro momento em que a multidão foi ao limite: Boa Sorte (Good Luck), com a participação de Vanessa da Matta. A música foi cantada por todo mundo, do início ao fim. Indescritível.

Desde cedo tudo ia contra a expectativa. Nervosismo zero, até mesmo entre o exército arregimentado pela organização do show. O estacionamento do Riozinho foi recriado como um agradável ambiente para o que ia acontecer logo mais. O público, tranquilo, chegou aos poucos sem atropelos.

Donavon Frankenreiter circulava pelo pessoal como seu fosse mais um da plateia. Foi surfar, e voltou. Parou para autógrafos e fotos com a moçada. Armandinho subiu ao palco exatamente às 17h. Contente — no dia anterior, soube que seria pai pela segunda vez —, mandou os sucessos conhecidos.

A apresentação durou 40 minutos. A seguir, o tímido Tom Curren, lenda tri-campeã mundial de surfe, fez um rápido show que dividiu avaliações: teve quem ficasse um pouco cansado com a dinâmica só "voz e guitarra", e a falta de músicas conhecidas. Donavon, à vontade, chegou ao palco bebendo cerveja, com seu traje cowboy psicodélico, e parecia saber o que o povo queria. Emendou seus sucessos — destaque para Move By Yoursef, It Don't Matter e Free — num show rápido, mas altíssimo astral e simpático. Um ótimo "esquenta" para a apoteose de Harper e seu Relentless 7.

 

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