| 10/09/2010 16h34min
Antes de ser o lugar em que se vive, a casa representa o espaço da família na sociedade. A Diretora de Planejamento do Instituto de Pesquisas de Mercado e Opinião Pública Toledo & Associado, de São Paulo, Maria Aparecida Toledo, coordena um levantamento que, além das tendências do mercado, analisa a função de cada área do imóvel no convívio familiar.
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Algumas observações foram apresentadas no Meeting de Marketing da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). Entre os apontamentos, o estudo mostra que enquanto a cozinha parece ser a parte mais importante, a sala de jantar vem perdendo espaço para outras funções.
De acordo com Maria Aparecida, os cômodos representam muito da sociedade brasileira. O olhar para dentro da casa possibilita uma análise de comportamento que completa a pesquisa. Com a mudança nos núcleos familiares e nas tendências imobiliárias, as áreas do imóvel também sofreram alterações em seus significados, criando “ressignificados”. Isso não movimenta apenas o mercado imobiliário, mas tudo o que está ligado a ele, como materiais de construção e itens de decoração.
A cozinha é o espaço mais importante da casa, na opinião da pesquisadora. Se antes era restrito a quem fosse preparar a refeição, sem acesso para as visitas, hoje virou um espaço para receber os amigos e fazê-los participar do processo. Por isso, muitos projetos derrubam as paredes e integram sala e cozinha, para trazer mais liberdade e intimidade.
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Outra influência importante vem da mudança na função social da mulher. Agora, homens e mulheres transitam no universo um do outro e dividem as tarefas. O homem, que antes ficava mais com a churrasqueira, agora tem seu espaço gourmet para receber e mostrar suas habilidades.
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Por isso, a alimentação é um dos fatores pesquisados. Mais uma vez, os programas de TV são catalisadores do processo, passando receitas e dicas de culinária. “Antes, o salmão parecia inatingível. A Ana Maria Braga, por exemplo, incluiu o salmão na mesa das famílias menos favorecidas. Isso mostra que os anseios são os mesmos, em todas as classes, apenas a abordagem é diferente”, comenta a pesquisadora.
A varanda também ganha mais importância, considerada uma releitura moderna das áreas externas das antigas casas. Ela pode comportar a churrasqueira, o espaço gourmet, ou uma área para receber os amigos.
Já a sala de estar é a identidade social da família. Sendo o primeiro contato com a casa, traz a marca registrada dos moradores, através da escolha de quadros e móveis. “O comportamento em todas as classes é o mesmo. Enquanto uma família poderá ter um ‘altar’ para obras de arte, outra terá o mesmo ‘altar’ com porta-retratos, ou os santos adorados”, comenta Maria Aparecida.
O quarto é o lugar menos exposto, a individualização do lazer e a área para intimidade. Entre os jovens, é ideal para a personalização com os objetos que mais agradam. É onde o morador pode colocar o que mais combina com seu gosto individual.
Assim como o quarto, o banheiro também pressupõe intimidade. No entanto, antes disso, traz a necessidade de um momento individual. É um espaço que deve proporcionar prazer e conforto.
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Dois cômodos em especial estão perdendo poder nas funções sociais: a sala de jantar e o quarto de empregada. O primeiro perde para os novos formatos de cozinha e o segundo representa a dificuldade em se contratar alguém de fora para cuidar do lar.
Enquanto o jantar apenas perde espaço, o dormitório de empregada vira outros espaços, como home-office, e tende a desaparecer.
PENSE IMÓVEIS
O olhar para dentro da casa possibilita uma análise de comportamento
Foto:
Divulgação Arq. Francisco Franck/hagah
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