Itapema FM | 24/07/2016 18h54min
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A história é velha conhecida: moça órfã é maltratada pela madrasta e pelas irmãs adotivas invejosas, mas vê a sorte mudar quando consegue ir ao baile do príncipe. No entanto, o que o Ballet do Teatro Guaíra, de Curitiba, apresentará hoje na Noite de Gala do 34º Festival de Dança de Joinville é diferente de tudo o que já foi visto no teatro, no cinema e nos livros de contos de fadas.
A versão do coreógrafo espanhol Gustavo Ramirez Sansano coloca a Cinderela nos anos dourados da metade do século XX, quando o convite real para o baile dá lugar a um anúncio de TV, o castelo vira mansão e o príncipe encantado, um playboy que dirige um carro conversível. O grande toque de magia no palco, mais do que a transformação da Gata Borralheira na moça mais bela da festa, é transferir o clássico para um balé contemporâneo, que se confunde com um musical.
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— Cinderela é um conto muito popular, que está no imaginário de todos. No entanto, suas versões para balé clássico de repertório não são muito conhecidas nem montadas pelas companhias — conta a curadora artística do Festival de Joinville, Mônica Mion.
— Por isso é interessante trazer estes elementos para aqueles que fazem parte do nosso dia a dia e usar a história de forma a aproximar os jovens do balé.
O espetáculo conta com inovações técnicas, como a transmissão ao vivo da busca do príncipe pela moça misteriosa que perdeu o sapatinho, enquanto o bailarino percorre a plateia e interage com os espectadores. Mônica chama a atenção para o fato de que, cada vez mais, os bailarinos precisam ser artistas completos, mesmo que contem com especializações em um determinado gênero, e atuar também faz parte dos atuais requisitos.
Por isso, Cinderela é uma escolha perfeita para a Noite de Gala do Festival de Joinville, já que mistura inovações artísticas e as apresenta a estudantes e coreógrafos que participam do evento; e garante o caráter espetacular que o público em geral espera das noites especiais.
— Está certo que, na dança, o corpo é a principal forma de expressão, mas o bailarino precisa ter as ferramentas para o que o coreógrafo quiser criar – analisa ela, que fez carreira no Balé da Cidade de São Paulo, onde atuou como solista entre os anos 1980 e 2000, e foi diretora por quase dez anos.
A versão do Ballet do Teatro Guaíra foi criada em 2014, para as comemorações dos 45 anos da companhia mantida pelo Governo do Estado do Paraná. Ela é, possivelmente, a companhia que mais vezes se apresentou nas noites especiais do Festival de Joinville, com a primeira participação em 1984, dando início à tradição dos grandes espetáculos, e outras cinco apresentações desde então.
Nesta noite, no entanto, ela vem em um momento complicado: uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) declarou que cargos de comissão dos bailarinos, assim como dos músicos da Orquestra Sinfônica do Paraná, são inconstitucionais e todos devem ser exonerados imediatamente. Neste caso, 22 bailarinos deveriam ser desligados da companhia, deixando as apresentações do Ballet do Teatro Guaíra sem condições de ocorrer. A Procuradoria Geral do Estado está entrando com pedido de adiamento da extinção dos cargos.
Para Mônica, a manutenção do Ballet do Teatro Guaíra é fundamental, dada sua importância para a história da dança no Brasil.
— É raro, no nosso país, companhias de dança com uma trajetória tão longeva. Grupos como o Ballet do Teatro Guaíra tiveram início em um momento muito interessante, durante a ditadura militar, nos anos 1970, e, como os censores não entendiam, viraram os porta-vozes dos artistas na época — afirma.
Agende-se:
O QUÊ: Noite de Gala com o espetáculo Cinderela, do Ballet do Teatro Guaíra
QUANDO: segunda-feira, às 20 horas
ONDE: Centreventos Cau Hansen (avenida José Vieira, 315)
QUANTO: ingressos com diferentes valores à venda na bilheteria do Centreventos a partir das 13 horas e no site festivaldedanca.com.br
Versão coloca a Cinderela nos anos dourados da metade do século XX, quando o convite real para o baile dá lugar a um anúncio de TV
Foto:
Divulgação
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Balé Teatro Guaíra
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