Itapema FM | 23/06/2016 07h31min
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Há mais de três décadas, os moradores de Joinville sabem que haverá um período em julho em que a cidade receberá visitantes que, em sua maioria, andam em grupo, usam sapatilha e têm um grande objetivo: vivenciar o máximo possível o Festival de Dança.
O evento é considerado o maior do mundo em número de participantes e em diversidade: oferece competição, espetáculos, cursos e palestras, além de apresentações gratuitas pela cidade. Para onde mais poderia crescer um evento que já parece estar em todos os lugares?
A resposta pode estar no movimento que começou no ano passado e cresceu em 2016, com outros organizadores idealizando festivais, mostras e cursos no mesmo período. Pelo menos seis eventos diferentes acontecerão entre 20 e 30 de julho: o Desafio Cidade que Dança, a Confraria da Dança, o Joinville Dance Kids, o Maniacs Festival, o Urban Dance Festival e o Joinville Dance Camp.
A dança de salão foi a primeira a ganhar uma programação paralela, em 2008. Como o gênero não faz parte das modalidades contempladas pelo Festival de Joinville, foi criada uma competição anual que durou cinco anos e acabou por falta de patrocínio. O evento de dois dias foi, de certa forma, substituído pelo Desafio Cidade que Dança, inspirado nos concursos de "Dança dos Famosos", no qual personalidades de Joinville sem experiência nos passos para lá e para cá fazem um "intensivão" para competirem entre si.
Assim como o Ritmos a Dois, ele tem o apoio operacional do Instituto Festival de Dança, mas é organizado por uma escola da cidade.
— O Desafio Cidade que Dança tem o objetivo de estimular as pessoas, principalmente os joinvilenses, a dançarem os diversos ritmos da dança de salão. Aproveitamos o período do Festival de Dança de Joinville, momento que a cidade está com foco na dança, para evidenciar o gênero. É nesse quesito que o Desafio Cidade que Dança veio para substituir o Ritmos A Dois — afirma o organizador, Maycon Santos.
Diferentemente, os outros eventos não tem nenhuma ligação com a organização do Festival de Joinville. A única relação é que boa parte dos coordenadores já participaram como bailarinos ou colaboradores, beberam daquela fonte e perceberam brechas naquele que já ganhou registro como maior do mundo no Guiness Book, causadas porque o evento não pode abranger todas as necessidades e desejos de alunos, professores e bailarinos.
— Administrar vários elementos paralelos é difícil e o Festival de Dança não pode correr o risco de perder a qualidade. Por isso, acho importante aparecerem outros eventos. É como se ele fosse uma grande árvore que começou a dar frutos — avalia o produtor Paulo Pessin.
Paulo trabalhou na organização do Festival de Joinville entre 1999 e 2013 e, no ano passado, deu início à Confraria da Dança na cidade. Baseado em festivais de dança da terceira idade para os quais trabalhou pelo Brasil, o evento tem como foco bailarinos acima dos 50 anos, que participam de uma mostra competitiva, uma mostra paralela e fazem cursos.
— Há grupos de dança da terceira idade que ensaiam o ano inteiro, mas não são tratados profissionalmente. Queríamos um evento com boa estrutura, e estar em Joinville nessa época faz com que eles possam conviver com bailarinos do país inteiro — afirma Paulo.
Novos ventos em 2016
Para os organizadores destes eventos, a criação de uma programação independente é motivada não só pelo atendimento a faixas etárias e gêneros que não entram no Festival de Dança de Joinville, mas também porque este atingiu um nível de exigência no qual até mesmo os participantes do Palco Aberto, que não tem caráter competitivo, passam por uma seletiva criteriosa, deixando de fora muitos grupos, principalmente os iniciantes.
— O universo da dança é muito amplo e todos querem estar em Joinville nesta época — afirma o produtor e bailarino Deivison Garcia.
Ele faz a produção local do Joinville Dance Kids. Neste evento, não há concurso e participam apenas crianças e adolescentes de três a 14 anos. O objetivo é que principalmente os mais novos — a idade mínima para o Festival de Joinville é dez anos, no Meia Ponta — ganhem experiência de palco sem a pressão da competição.
Dois eventos semelhantes entre si também estão previstos: o Maniacs Festival e o Urban Dance Festival. Eles atendem aos anseios do público de danças urbanas que curtia o Encontro das Ruas, organizado pelo Festival de Dança até 2014, quando o repasse de patrocínio diminuiu. O foco deles será a dança, com batalhas de break, hip hop e house, rinha de MC's e apresentações de coreografias.
— Muitos grupos se preparam o ano inteiro para o Festival e passam só para o Palco Aberto. Mas acham muito pouco, porque quem dança que se apresentar o máximo possível. Então, terão a oportunidade nestes dias — diz o coreógrafo Thiago Moreira, do Manics Crew, que ajuda a organizar os dois festivais.
Pensando nas dificuldades financeiras de quem quer estar em Joinville na mesma época em que o Festival de Joinville mas não conseguiu vagas nos cursos nem passar na seleção, os bailarinos Helena Uliano e Felipe Cardoso criaram o Joinville Dance Camp. Ele representa um pacote que inclui, entre outras coisas, a hospedagem e alimentação em uma pousada da região central da cidade, cursos em uma escola de dança e ingressos para o camarote de uma festa.
— Joinville é realmente vista como a Cidade da Dança por quem vem de fora e as pessoas querem estar aqui, mas querem também ter mais opções, com programação em todos os lugares — afirma Helena, que participa da Companhia de Dança Liliana Vieira e dança no Festival há uma década.
Padrão e espaço são desafios
O grande problema para a organização destes eventos é a falta de hospedagem na cidade, já que até mesmo quando não há outra programação para o período, os participantes do Festival de Dança sofrem com a falta de opções e com os altos preços. No caso do Joinville Dance Kids, o Colégio Elias Moreira servirá como alojamento, ao modo das escolas públicas da cidade que abrigam os participantes do Festival. Mas a demanda extra trazida pelos outros eventos também precisará ser absorvida pela rede hoteleira de Joinville.
O presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, também enxerga com receio o aumento de eventos nessa época, já que pode encarecer os serviços de hotelaria e alimentação da cidade. Segundo ele, os depoimentos de participantes do Festival mostram que já está muito caro vir a Joinville. Mas, em outros aspectos, acredita que este movimento poderá trazer benefícios para a área da dança — desde que, é claro, mantenham a qualidade na organização e nos serviços.
— A tendência das pessoas é acreditar que tudo o que acontece nessa época tem a ver com o Instituto. Então. esperamos que sejam bem feitos, para que Joinville continue como referência para o País — afirma ele.
Roteiro
Confira os eventos programados para Joinville no período do Festival de Dança
Desafio Cidade que Dança
O que é: Concurso em que pessoas de destaque na sociedade joinvilense, de artistas a empresários e jornalistas, compõem duplas com bailarinos e concorrem entre si em uma espécie de Dança dos Famosos, depois de passarem por "intensivos" de dança de salão.
Quem pode participar: os convites são feitos antecipadamente pela organização. É aberto ao público.
Quando é: 22 de julho, às 20 horas, com baile após o concurso.
Onde é: Sociedade Harmonia Lyra (rua Quinze de Novembro, 485, Centro)
Quanto é: R$ 65 e R$ 100 (com jantar e baile incluso), à venda na bilheteria do Festival de Dança e no Studio de Dança Dois pra Lá Dois pra Cá, a partir de 27 de junho.
Confraria da Dança - Festival da Melhor Idade
O que é: Festival com o objetivo de estimular e promover o encontro e o trabalho dos artistas da dança com mais de 50 anos.
Quem pode participar: Na mostra competitiva, podem participar apenas bailarinos com mais de 50 anos. Na mostra paralela, até 30% do grupo pode ter participantes entre 18 e 50 anos. As inscrições acabaram em 22 de junho.
Quando é: de 22 a 26 de julho,
Onde é: Teatro Cnec (avenida Getúlio Vargas, 1.266, Anita Garibaldi, anexo à Faculdade Cenecista de Joinville).
Quanto é: R$ 30, com 50% de desconto para estudantes e idosos, à venda no Ticket Center.
Joinville Dance Kids
O que é: O evento envolve crianças e adolescentes de três a 14 anos em uma mostra de dança de uma forma leve e lúdica, sem competição.
Quem pode participar: Solos, duos, trios e conjuntos, divididos em três modalidades: categoria Baby (3 a 6 anos), categoria infantil (7 a 11 anos) e categoria infantojuvenil (12 a 14 anos). Inscrições até 30 de junho pelo site dancekids.com.br.
Quando é: 29 e 30 de julho.
Onde é: Teatro Cnec (avenida Getúlio Vargas, 1.266, Anita Garibaldi, anexo à Faculdade Cenecista de Joinville)
Quanto é: R$ 40 (inteira, na hora), R$ 30 (antecipado) e R$ 20 (meia-entrada para estudantes e idosos). A venda inicia no próximo dia 10, na loja Capezio (Rua Rolf Colin, n° 60) e pelo site Ticket Center.
Urban Dance Festival
O que é: Concurso de batalhas de danças urbanas.
Quem pode participar: Praticantes de breaking, hip hop e house dance. Haverá 32 vagas para cada modalidade.
Quando é: 23 de julho, a partir das 14 horas.
Onde é: Yelo Stage (avenida Procópio Gomes, 358, Bucarein)
Quanto é: aos participantes será gratuito, com inscrição no dia do evento. Entrada para o evento custará R$ 5 e um quilo de alimento não-perecível, ou R$ 10, na bilheteria do Yelo Stage.
Maniacs Dance Festival
O que é: Competição de conjuntos de danças urbanas.
Quem pode participar: Grupos de danças urbanas com coreografias de, no máximo, cinco minutos. Os grupos devem ter entre quatro e 40 integrantes. Não haverá taxa de inscrição e ela poderá ser feita por meio de um link disponibilizado perto da data do evento.
Quando é: 28 de julho, a partir das 22 horas.
Onde é: Yelo Stage (avenida Procópio Gomes, 358, Bucarein)
Quanto é: R$ 30, na bilheteria do Yelo Stage. Bailarinos com crachá do Festival de Dança de Joinville não pagam.
Joinville Dance Camp
O que é: A intenção é reunir todos os participantes na mesma hospedagem (a Pousada Saguaçu) e promover uma experiência em formato de intercâmbio, com cursos, passeios e uma festa.
Quem pode participar: alunos de dança.
Quando é: de 20 a 30 de julho.
Onde é: Pousada Saguaçu (rua Guaratuba, 189, Saguaçu), com aulas no Liliana Vieira Studio Personal (rua Fernando Machado, 314, América).
Quanto é: R$ 2.000, em pacote que inclui hospedagem, café da manhã, almoço, cursos completos, certificado com carga horária, material turístico, camarote na festa do evento e camiseta do Joinville Dance Camp 2016.
Felipe e Helena participam do Festival de Dança e criaram um pacote de hospedagens e cursos para outros bailarinos
Foto:
Rodrigo Philipps
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