Itapema FM | 05/04/2016 20h01min
Há pouco mais de três anos, a curadora da Feira do Livro de Joinville, Maria Antonieta Cunha, caminhava pela Biblioteca Pública da cidade quando se deparou com o nome Juarez Machado na prateleira de escritores joinvilenses. Diretora do Plano Nacional de Livro, Leitura e Literatura, órgão responsável pelas políticas públicas do Ministério da Cultura, ela obviamente conhecia o nome do artista — só não podia contar que ele era natural de Joinville.
Afinal, desde os anos 1960 que Juarez Machado é um cidadão do mundo, o que não torna menos importante a escolha de seu nome como patrono da 13ª Feira do Livro de sua terra natal, em uma cerimônia que ocorreu na noite de terça-feira no Centreventos Cau Hansen.
— Eu saí de Joinville aos 19 anos. Morei em Curitiba, fui para o Rio de Janeiro, morei em Londres, agora na França, mas nunca deixei de cantar as belezas da minha terra por onde passava. Por isso, receber elogios e homenagens aqui me deixa muito feliz — afirma Juarez.
Pode parecer estranho que o nome dele figure como homenageado de um evento literário, já que sua assinatura é muito mais conhecida em telas e esculturas. No entanto, a surpresa de Maria Antonieta ao descobrir que Juarez Machado é joinvilense ficou ainda maior ao saber que poucos conterrâneos do artista tinha conhecimento de que ele é o precursor na criação de livro-imagem, título reconhecido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (Fenlij).
Com Ida e Volta, publicado em 1975, Juarez fez história ao publicar um livro que trazia uma narrativa formada apenas por ilustrações. Agora, ele aproveita a Feira de Joinville para lançar uma nova obra, Saída e divulgar a reedição de Domingo de Manhã pela Editora Minguilim. A segunda, que foi originalmente publicada em 1976, havia se tornado uma raridade que nem mesmo seu autor possuía no acervo. Já "Saída" foi escrita há cerca de 15 anos, mas só agora chega ao público.
— Eu parei de publicar porque fiquei muito magoado. O dono da editora destes livros nunca me pagou. Este mercado é uma máfia: eu faço livros de arte e depois não consigo colocar à venda — relembra ele, que já tem ideias para novas obras — Mas hoje, com o Instituto [Internacional Juarez Machado] em Joinville, eu volto a ter um público meu, e aí me dá vontade novamente de fazê-los.
Na programação
Juarez Machado terá um momento de encontro mais intimista com o público da Feira do Livro na tarde de hoje, quando sobe ao palco principal do Expocentro Edmundo Doubrawa às 16 horas. Será um momento informal para conhecer melhor a carreira de um dos nomes mais importantes da arte em Joinville.
Haverá ainda bate-papos com a escritora convidada Jana Montenegro, do Rio de Janeiro, que fala com o público sobre o tema "Ficção e realidade: escrevendo histórias com as quais o público se relaciona" às 9h30 e às 14h, também no palco principal do evento.
A programação do evento fica completa com sessões de autógrafos, conversas com escritores regionais, contação de histórias, teatro de fantoches e apresentação da peça Meu Pai é um Homem Pássaro, da Cia Experimentus às 10 horas.
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Ele publicou uma nova edição do livro 'Domingo de Manhã', de 1976; e uma nova obra, 'Saída'
Foto:
Maykon Lammerhirt
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