Atualizada às 11h45min Yasmine Holanda Fiorini  |  yasmine.fiorini@diariocatarinense.com.br

Foi ao som de uma releitura rocker de Sinfonia 5, de Beethoven, que a Camerata Florianópolis  abriu a curta temporada do Rock in Camerata no Teatro do CIC, na Capital. Bom, pelo menos assim deve ser a versão oficial: a abertura do espetáculo trouxe uma música que não estava no repertório divulgado anteriormente, mas a cantora Carla Domingues pediu gentilmente que ninguém contasse qual foi ela. Tudo para não estragar a surpresa de quem ainda assistirá ao show nesta sexta, sábado e domingo.

Confira o webprograma Estúdio Anexo com a Camerata, gravado na manhã de quinta-feira, durante ensaio geral da orquestra no CIC:

No palco, o clima era de entusiasmo. Não é por menos, já que foi o primeiro Rock in Camerata em Florianópolis depois da já histórica apresentação da orquestra com Steve Vai, no Rock in Rio. Até o maestro Jeferson Della Rocca arriscou uns pulinhos, sempre sorridente e virando para o público ao final de cada música.

Em Detroit Rock City, do Kiss, o vocalista Daniel Galvão também não escondeu a empolgação de estar mais uma vez cantando no espetáculo: sua performance teve direito até a momentos de air guitar. Ele faz parte da Camerata e toca violoncelo, mas como bom fã de rock sobe ao palco para emprestar a voz aos clássicos do rock. Foi protagonista de alguns pontos altos do show, como Judgement Day, de Whitesnake. Em algumas canções como The Great Gig in the Sky, de Pink Floyd, e The Spirit of Radio, do Rush, ele voltou ao seu lugar ao lado da orquestra.

A sequência de Soon, do Yes, com Changes, do Black Sabbath, quase deu sono, logo contornado com uma ótima série de sucessos do Queen, Nirvana e Guns n Roses. O público, principalmente o mais jovem, ovacionou nos primeiros acordes de Come as You Are e Sweet Child O mine.

As estudantes de moda Priscila Thomas e Teresa Peixer ficaram impressionadas com a apresentação, que viam pela primeira vez. 

— Senti que não podia piscar em nenhum momento para não perder nenhuma coisa boa que estava acontecendo — revela Priscila. 

Já o casal Franciele Martins de Lima e Daniel de Lima sempre acompanha o espetáculo:

— Já viemos seis vezes, acompanhamos desde o início. As músicas e a qualidade dos arranjos são muito bons. Uma música que é bem marcante pra nós é Sweet Child O'mine, que tocou no nosso casamento. Foi incrível ouvir a versão da Camerata — conta o casal.

Apesar da Camerata ter reforçado que este foi um trabalho mais autoral e que fugia de meros covers, as versões apresentadas não decepcionaram os fãs das canções originais. Quando o show parecia ter acabado, ainda vieram Highway to Hell, Satisfaction (com direito a uma bela interrupção para Carla mostrar o vozeirão cantando a ária A Rainha da Noite, de Mozart) e Rock And Roll All Nite. A plateia, é claro, cantou junto de pé.

— A cada ano eles conseguem se superar. Não gosto muito de rock, mas do Rock in Camerata eu gosto bastante. A Carla Rodrigues cantando Satisfaction foi o ponto alto pra mim, não é a primeira vez que eu ouço e cada vez eu acho que fica melhor — conta a juíza Ana Cristina Alves, que assistia ao show pela quinta vez. 

Os ingressos para as sessões de sexta, sábado e domingo já estão esgotados.

YASMINE HOLANDA FIORINI