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Itapema FM  | 19/11/2015 03h01min

Aclamada série "Jane the Virgin" finalmente estreia no Brasil nesta quinta

Finalmente chega ao Brasil "Jane the Virgin", série que explora com muita graça o mundo dos imigrantes hispânicos nos EUA e que rendeu a sua protagonista, Gina Rodriguez, um Globo de Ouro

Priscila De Martini  |  priscila.martini@zerohora.com.br

Jane Gloriana Villanueva aprendeu com sua avó venezuelana ainda na infância que, depois de perder a virgindade, não há mais como voltar atrás. Filha de mãe adolescente (e solteira), a menina nascida nos Estados Unidos ficou tão impressionada que decidiu deixar de ser virgem somente após o casamento. E assim continuou até os 23 anos, quando veio o choque: mesmo sem nunca ter feito sexo na vida, Jane estava grávida, inseminada por engano por uma médica desequilibrada quando pensava estar se submetendo a um simples exame Papanicolau.

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Essa é a premissa de Jane the Virgin, série sensação do ano passado que, finalmente, chega nesta quinta-feira ao Brasil, com episódio duplo, a partir das 22h30min, no canal Lifetime (na Netflix, deve estrear em breve). Parece novela mexicana, e quase o é: a produção do canal The CW foi inspirada no folhetim Juana la Virgen, exibido na Venezuela em 2002 (por aqui, pela Record, no mesmo ano).


Ao descobrir que espera um bebê, Jane — uma jovem religiosa e super-responsável que estuda para ser professora, enquanto trabalha em um hotel luxuoso de Miami — precisa tomar algumas decisões urgentes e que abalarão sua vida tranquila. Seguir ou terminar com a gravidez? Como contar a novidade ao noivo, o detetive Michael (Brett Dier), que sempre respeitou sua decisão de se manter virgem? O que o pai biológico e sua mulher, Rafael (Justin Baldoni) e Petra (Yael Grobglas), vão fazer ao saber do incidente?

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A trama teria tudo para ser boba, mas Jane the Virgin usa a história um tanto absurda para tratar de assuntos relevantes, como aborto, direitos dos homossexuais e, principalmente, imigração — um dos grandes temas da atual campanha presidencial dos EUA. Tudo isso sem perder a graça e a leveza, com referências do mundo hispânico desconhecidas pelo "americano". O papel principal rendeu a Gina Rodriguez, filha de porto-riquenhos de 31 anos que não tem os padrões de beleza de Hollywood, o Globo de Ouro de melhor atriz em comédia neste ano — mas a verdade é que o reconhecimento poderia ter sido ainda maior.

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Jane the Virgin integra uma nova leva de seriados que coloca as minorias integrantes do caldeirão cultural dos Estados Unidos em papéis de destaque e sem estereótipos. É uma amostra de que a TV por lá começou a reconhecer a diversidade de seu público, formado não apenas por americanos brancos heterossexuais. Algo a se comemorar, como destacou Gina em uma teleconferência com jornalistas da América Latina:

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— Eu me apaixonei por essa série quando li o piloto. A história da personagem é muito parecida com a minha. Nasci em Chicago, meus pais são de Porto Rico, inglês é o meu primeiro idioma, espanhol é o segundo. Assim como Jane, minha avó fala comigo em espanhol, e eu respondo em inglês. Pela primeira vez, eu estava lendo um roteiro sobre ser uma latina nos Estados Unidos, sem julgamentos, sem racismo, sem preconceito, nada preso a isso. Jane é o que ela é.

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Jane (Gina Rodriguez) recebe a notícia de que está grávida em cena de "Jane the Virgin"
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