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Itapema FM  | 13/11/2015 23h09min

Segundo dia do Social Good Brasil debate educação, meio ambiente e empoderamento feminino

Nesta sexta, foram apresentados os três projetos vencedores do SGB Lab

Atualizada em 16/11/2015 às 15h20min Ingrid Santos  |  ingrid.santos@diariocatarinense.com.br

Os três vencedores do SGB Lab foram "Cientista que virou mãe" (1º), "Letras de Médico" (2º) e "Praças" (3º) Foto: Divulgação / Divulgação

O segundo dia do 4º seminário Social Good Brasil em Florianópolis trouxe ainda mais inspiração para quem quer empreender e usar a tecnologia para fazer o bem. Com a condução do divertido mestre de cerimônias Edgard Gouveia Júnior, o evento debateu educação, empoderamento feminino, mudanças climáticas e os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). O ponto alto desta sexta-feira foi o anúncio dos três vencedores do SGB Lab, que receberam financiamento para desenvolver seus projetos. Outro destaque do dia foi a apresentação de um aplicativo que busca combater a violência contra mulheres negras. O seminário ocorreu nesta quinta e sexta-feira no Centro Integrado de Cultura (CIC).

No primeiro painel do dia, Haroldo Machado Filho, assessor sênior da ONU, explicou os novos objetivos de desenvolvimento sustentável definidos pela organização este ano.

— Os oito objetivos do milênio eram mais voltados para países em desenvolvimento e para a execução por parte de governos. Os objetivos de desenvolvimento sustentável estão mais próximos da população de qualquer parte do mundo. Nós temos que deixar de esperar a solução dos problemas apenas por parte dos governos, nós mesmos precisamos tomar a iniciativa, — disse.

Participou do painel também Kate Bennett, do Kiva, que é uma plataforma de empréstimo que conecta empreendedores a interessados em ajudá-los. Ela explicou que o objetivo é possibilitar que as pessoas façam a diferença na vida de outros.

Facilitação gráfica feita por Marcela Lorenzoni resume o primeiro dia do evento. Foto: Ingrid Santos / Agência RBS

Empoderamento feminino

Camila Achutti, do blog Mulheres na Computação, explicou que a ideia de seu projeto é ajudar o máximo de pessoas a descobrirem que, juntas, podem contribuir para resolver os problemas do mundo.

— Queria muito que a tecnologia deixasse de ser uma ameaça para as pessoas, que elas deixassem de pensar que a tecnologia vai tirar o emprego delas, ou que por causa da tecnologia suas fotos podem vazar na internet. Por outro lado, queria que as meninas se interessassem por tecnologia — contou Camila sobre a ideia de fazer o blog.

Participarem também do painel "Empoderamento feminino: o que a tecnologia tem a ver com isso" Anielle Guedes (Urban 3D) e Sam Shiraishi (blog A vida como a vida quer).

Mudanças climáticas

— Recentemente a falta de água ganhou visibilidade na grande mídia, mas a crise hídrica já existe há muito tempo. Em alguns pontos as famílias criam alternativas para conviver com a seca — afirmou João Alexandre de Freitas Neto, da ASA / SE, rede que defende a convivência com o Semiárido e utiliza a comunicação popular para mobilização social.

Para ele, é necessário rever ações com o intuito de combater o processo de desertificação e o uso de transgênicos. Já Nicole Figueiredo Oliveira, da 350.org, que combate o uso de combustíveis fósseis, mencionou o tema do painel que abriu o evento para falar de proteção do meio ambiente.

— O fracking (processo utilizado para realizar perfurações e extrações de gás), por exemplo, vai contra 10 dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Temos a possibilidade nas nossas mãos para combater e mudar esse jogo.

Repensando educação para um novo mundo

Equidade e contemporaneidade foram alguns dos valores defendidos por Anna Penido, do Instituto Inspirare, durante o painel "Repensando educação para um novo mundo".

— O tempo que um adolescente se concentra numa aula expositiva hoje é muito menor do que há 100 anos. Aulas de 50 minutos foram feitas para seres humanos que não existem mais.

Ela propõe que haja uma mudança na atitude do professor, que precisa atuar mais como um facilitador e curador de informações. Além disso, afirma que os pais também devem buscar escolas que não têm o único objetivo de preparar o aluno para o vestibular.

— Ele vai passar no vestibular e vai falhar na vida, porque ele não vai ter as competências para dar conta do resto. O próprio aluno fica coagido e não sabe como romper com sistema.

O painel contou com a presença também de professores, profissionais da educação e uma estudante.

"Cientista que virou mãe" vence o SGB Lab

Um dos momentos mais aguardados do evento foi o anúncio dos vencedores do SGB Lab, laboratório que ajuda a viabilizar projetos que usam as tecnologias e novas mídias para melhorar o mundo. Das 50 iniciativas que receberam apoio, seis apresentaram suas ideias  durante o seminário SGB na quinta-feira. Com a votação do público, foram escolhidos e anunciados nesta sexta-feira os três vencedores. Em primeiro lugar e com o prêmio de R$ 20 mil ficou o "Cientista que virou mãe", plataforma com informações produzidas por mulheres para provocar transformação social, de Ligia Moreira Sena. Em segundo lugar, com R$ 16 mil, ficou o "Letras de Médico", e em terceiro, com R$ 13 mil, o "Praças"

Aplicativo combate a violência contra a mulher negra

O público do seminário SGB vibrou quando foi apresentado o aplicativo PLP 2.0, idealizado por Maria Sylvia Aparecida de Oliveira, do Geledés - Instituto da Mulher Negra. Com apoio do Desafio de Impacto Social da Google, o app ajuda mulheres negras a se protegerem da violência doméstica. O projeto piloto já foi implantado em Porto Alegre, no bairro Restinga.

— Uma ideia que foi pensada para solucionar um problema de uma comunidade, provavelmente vai servir para ajudar outras comunidades também — afirmou Kim Farrell, da Google.org, durante o painel "Inovação e tecnologia potencializando resultados de organizações sociais", que encerrou o seminário nesta sexta-feira.

Saiba mais sobre o Social Good Brasil 

INGRID SANTOS
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