Itapema FM | 11/11/2015 19h45min
Confira a entrevista exclusiva de Linsey Alexander para o Anexo. O músico toca nesta quinta-feira (12) no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau (saiba mais).
Você esteve no Brasil dois anos atrás. Do que tem mais vontade de rever agora?
Sinto saudade das pessoas com quem trabalhei, produtores e banda, do público. Senti-me em casa no Brasil, como se estivesse entre irmãos e irmãs. Estava contando os dias para voltar.
Aqui na região temos uma cena forte de blues, com excelentes músicos e bandas, a maioria deles bem jovens. Como você vê o blues hoje, mais de cem anos depois de o estilo nascer?
Há gente jovem que está usando o blues como base para fazer coisas como rap e rock, mas isso não é blues, é outra coisa. Para tocar o verdadeiro blues, tem que ter ele no sangue. E é como um batismo, você não muda seu nome depois. O blues nunca muda. É um verdadeiro documento que nasceu nos campos de algodão, durante os anos de escravidão, e que segue crescendo pelo mundo. Sem mudar!
E qual o segredo de um estilo que não muda e tem tantos fãs?
É que uma vez que você vicia no blues, não consegue mais largar. E é algo que se espalha. É uma música descomplicada, que todo mundo consegue dançar. Você vai em um show de blues e sabe como vai ser. E é exatamente o que você quer.
Você é conhecido por ser um showman no palco e, aos 73 anos, também tem fama de namorador. De onde vem essa energia?
Não tem segredo, eu simplesmente faço o que amo e o que me motiva são os fãs, o público. Minha energia vem deles. Desde novo eu sou assim: se eu estou em uma banda, eu quero ser o melhor da banda, quero que as pessoas prestem atenção em mim. Não é nada de especial, eu sou insistente. Se algo dá errado, eu tento de novo. Com as garotas funciona assim também...
Que tipo de assunto te inspira a escrever músicas?
O blues sempre vai falar sobre dinheiro, carros, mulheres, confusão, coisas boas e coisas ruins. Difícil mesmo é escrever uma música sobre hipopótamos (risos).
Mas no seu último álbum há uma canção, Things Done Change, que tem um viés mais politizado...
Eu estava deitado um dia e pensando na minha vida. Aí lembrei como era, quando era um jovem negro em Chicago, ter de usar banheiros exclusivos para negros, sentar sempre no fundo do ônibus. Essa canção é sobre isso.
O que os fãs de blues podem esperar de um concerto de Linsey Alexander?
Eu vou fazer um show empolgante, divertido. Nós vamos dar boas risadas. Não há nada triste em meus shows. Mesmo quando canto uma canção triste, é um show alegre.
Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - ©
2009
clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.