Foi a partir de uma curiosidade pessoal que a catarinense Cíntia Bittar, da Novelo Filmes, de Florianópolis, teve a ideia de fazer um documentário sobre os agroglifos no Estado - aquelas circunferências que surgem de forma misteriosa em plantações, geralmente de trigo. O filme, batizado como Círculos, está entrando em fase de edição e será lançado em 2016.

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Em março deste ano, ela e a produtora Ana Paula Mendes aproveitaram uma viagem ao Oeste de Santa Catarina para dar um pulo em Ipuaçu, cidade que tem registros anuais do fenômeno desde 2008. Com equipamentos simples, fizeram as primeiras imagens. Foi esse material que ajudou a convencer o canal History Channel a apoiar o projeto - com a parceria, a Novelo pôde investir em equipamentos mais modernos para tocar o documentário.

— Queríamos uma imagem rica. Encaramos novamente quase oito horas de carro e passamos três semanas na cidade em outubro na expectativa do fenômeno (os sinais costumam aparecer sempre nesta época do ano). A cada dia as chances iam diminuindo, muitas colheitas já haviam ocorrido. Estávamos quase desistindo quando, no dia 31, fomos fazer uma ronda pela manhã e vimos uma coisa estranha no meio de uma plantação — relembra a diretora sobre o episódio.

O diretor de fotografia Marx Vamerlatti e Cíntia Bittar

Para definir se um agroglifo é realmente autêntico - ou seja, feito por extraterrestres e não por humanos - é preciso atender a alguns critérios, como o trigo deitado rente ao solo sem que o caule esteja danificado, como se tivesse sido penteado. Mas o foco não é definir se o fenômeno é verdadeiro ou não.

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— O documentário é sobre a especulação e o impacto disso na cidade. A gente quer mostrar o que choca e impressiona os habitantes de Ipuaçu. O que quer que sejam esses sinais, ou qualquer que seja sua origem, o que nos interessa são as relações estabelecidas entre as figuras e as pessoas — explica.

Além de Santa Catarina, Círculos também vai mostrar outro fenômeno que aconteceu também no mês passado, em Prudentópolis, no Paraná. O filme tem argumento, direção e montagem de Cíntia Bittar, produção de Cíntia e Ana Paula Mendes com assistência de Luís Knihs, direção de fotografia de Marx Vamerlatti e técnica de som de Gustavo de Souza, além de uma parceria com a revista UFO, especializada em ufologia.

— O grande desafio agora é sentar e montar. Temos cerca de 35 horas de material —finaliza Cíntia.