Reconhecida como um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo - diz-se que deriva da lira de oito cordas, utilizada pelos povos nômades árabes - a viola chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses. Os padres jesuítas a utilizavam como técnica pedagógica com os índios, depois os tropeiros a levavam em andanças pelo interior do até que o caipira, termo indígena para homem da roça, a adotou para expressar e espantar sua solidão. Hoje um símbolo da música sertaneja original, a viola é o tema da 18ª edição do Sonora Brasil do Sesc. O maior projeto de circulação musical do país levará shows gratuitos para 23 cidades de Santa Catarina a partir de hoje.

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A primeira a receber a turnê do Violas Brasileiras é São Miguel do Oeste. Em todos os municípios serão quatro noites de apresentações, uma por dia, nas unidades locais do Sesc: Violas Caipiras, Violas em Concerto, Violas no Nordeste e Violas Singulares.

Os shows abordam aspectos do desenvolvimento da viola no país, mostrando que ela vai além do interior e chega às salas de concerto, onde está presente e viva também na música clássica. No Sudeste, consagrou-se com as denominações caipira e sertaneja. Em São Paulo, no Paraná e no Mato Grosso, seu uso está ligado a gêneros regionalizados. Já no Nordeste, é encontrada em sua forma tradicional, mas também utilizada em variantes típicas da região.

Os shows

VIOLAS CAIPIRAS

O espetáculo com os violeiros Paulo Freire (SP) e Levi Ramiro (SP) abre a programação em cada cidade. O repertório vai de músicas remotas - como as descobertas nas pesquisas feitas por Freire no interior de Minas Gerais e as que povoam a memória de Ramiro desde a infância - até compositores da atualidade, mostrando um panorama do desenvolvimento do instrumento na região.

VIOLAS DE CONCERTO

Fernando Deghi (PR) e Marcus Ferrer (RJ) apresentam repertório que remonta ao período colonial brasileiro, anterior à consagração do violão como principal instrumento acompanhador na música, e chega aos dias atuais com canções de compositores contemporâneos. Esses novos nomes representam importante fase da música brasileira em que a viola caipira, tradicional no meio rural, abre espaços nas salas de concerto e vira objeto de estudos no meio acadêmico.

VIOLA NO NORDESTE

Expoentes em suas áreas e reconhecidos pela dedicação ao repertório tradicional, os músicos Antonio Madureira (PE), Ivanildo Vilanova (PB, na foto) e Cassio Nobre (BA) apresentam uma síntese da presença da viola na cultura nordestina. Na região, além de ser encontrada em sua forma mais tradicional, ela também aparece em variantes típicas, como a utilizada por repentistas - que possui um sistema acústico que melhora a projeção do som - e a machete, característica do Recôncavo Baiano.

VIOLAS SINGULARES

O show encerra a mostra em cada cidade com a apresentação dos músicos Sidnei Duarte (MT), Rodolfo Vidal (SP) e Mauricio Ribeiro (TO). As violas singulares são aquelas que não foram difundidas além de suas regiões de origem, permanecendo sempre ligadas a gêneros musicais bastante locais, como o fandango do Norte do Paraná e Sul de São Paulo, o cururu e o siriri do Mato Grosso e os ritmos tradicionais do Cerrado.

CRONOGRAMA

Chapecó: de amanhã a sábado
Xanxerê: de quinta a domingo
Concórdia: de sexta ao dia 9
Joaçaba: de domingo ao dia 11
Caçador: de 9 a 12
Lages: de 10 a 13
Lages: de 11 a 14 (Sesc Pousada Rural)
Urubici: de 13 a 16
Rio do Sul: de 14 a 17
Vidal Ramos: de 15 a 18
Criciúma: de 17 a 20
Tubarão: de 18 a 21
Laguna: de 19 a 22
Florianópolis: de 20 a 23
Tijucas: de 22 a 25
Brusque: de 23 a 26
Blumenau: de 24 a 27
Balneário Camboriú: de 25 a 28
Itajaí: de 26 a 29
Jaraguá do Sul: de 28/11 a 1o/12
São Bento do Sul: de 29/11 a 2/12
Canoinhas: de 1o a 4/12
Joinville: de 2 a 5/12

Agende-se

O quê: início da turnê Violas Brasileiras - Sonora Brasil Sesc
Quando: de hoje a sexta- feira, às 20h
Onde: Rua Santos Dumont, 441, Centro, São Miguel do Oeste
Quando: gratuito
Informações: confira a programação completa em portal.sesc-sc.com.br/projeto/8