Itapema FM | 03/11/2015 12h02min
O documentário Amy foi exibido em quatro sessões especiais em um cinema florianopolitano em setembro e não há previsão de estreia em circuito comercial, mas sua trilha sonora já está disponível. É um caça-níquel que entrega exata e tão somente o que promete. Em 23 faixas, o disco apresenta apresenta takes alternativos de canções bem conhecidas de lady Winehouse, demos e registros ao vivo, intercalados por temas instrumentais compostos pelo brasileiro Antonio Pinto. As músicas ouvidas no filme, ora pois.
O álbum é o segundo lançamento póstumo da cantora – o primeiro, Lioness: The Hidden Treasures, saiu antes do ano de sua morte acabar. De acordo com a gravadora, será também o último. Sobras de estúdio e esboços de músicas inéditas teriam sido destruídas para evitar sua exploração comercial. Como se finado precisasse produzir coisa nova para gerar riqueza: só em 2014, Michael Jackson faturou R$ 140 milhões, o que o posiciona atrás apenas de Dr. Dre (620) no ranking dos artistas mais bem-pagos da música elaborado pela revista Forbes.
Ainda mais um nome com o apelo de Amy Winehouse. Foi o fim mais anunciado dos últimos tempos no pop. Quem assistiu ao seu show em Florianópolis em janeiro de 2011 percebeu como a situação era séria. A mulher descambou ali pela metade do setlist e não teve mais jeito de retomar, arrastando-se até o fechamento com Valerie. Seis meses depois, o trágico desfecho. Aos 27 anos, na ilustre companhia dos (pela ordem de óbito) míticos Jones, Hendrix, Janis, Morrison & Cobain. De consumo excessivo de álcool, para alimentar os moralistas de plantão.
Tudo isso vem à tona em um disco que satisfaz a sanha coletiva por mais um produto assinado pela cantora. Fãs devem se emocionar com a caseira Like Smoke e ficar comparando Some Unholy War ou Tears Dry Own Their Own com as versões originais. Os interlúdios servem para refletir sobre o que ela estaria fazendo hoje. Não seria implausível apostar que continuaria revisitando o soul. Prefiro achar que, como já havia demonstrado em momentos pontuais de sua carreira, em breve abraçaria os ritmos jamaicanos como inspiração-mor. Como todo mundo que larga as drogas pesadas.
Informação demais
Assunto é que não falta em A Mulher do Fim do Mundo, de Elza Soares. Primeiro disco de inéditas da veneranda intérprete. Composições de uma turma de paulistas associada a uma MPB torta, como Romulo Froes, Kiko Dinucci ou Rodrigo Cabral. Uma música chamada Pra Foder, outra com o verso “o mundo vai terminar num poço cheio de merda” (Luz Vermelha). É um trabalho ousado, difícil, bastante diverso da imagem preguiçosa de sambista que se tem da cantora. Na verdade, traz tanta informação que mais confunde do que explica – o que, conforme a intenção do artista, pode ser uma qualidade.
ZONA FRANCA ||||||| DISCOS GRÁTIS
O QUÊ Violar, do Instituto
POR QUÊ Segundo disco do grupo capitaneado pelos produtores Rica Amabis e Tejo Damasceno, sinônimos de uma inventividade inversamente proporcional ao reconhecimento popular. A exemplo da estreia, Coleção Nacional (2002), os convidados formam uma seleção do lado B da cena pop brasileira. A variedade – BNegão, Jorge du Peixe (Nação Zumbi), Curumim, Criolo, Karol Conka, Metá Metá, Otto e Tulipa Ruiz – rima com irregularidade, mas essa rapaziada esperta nunca pode ser acusada de não tentar.
ONDE seloinstituto.com.br
Seis meses antes do fim, cantora fez um show em Florianópolis onde já se mostrou bem perturbada
Foto:
Charles Guerra
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