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Itapema FM  | 10/09/2015 15h12min

7 falas do neto de Miró que ajudam a entender a obra do artista

Joan Punyet Miró fez uma visita guiada à exposição no Masc, em Florianópolis

Atualizada em 11/09/2015 às 13h26min Cris Vieira  |  cristina.vieira@diario.com.br

 Além de ver com exclusividade as 112 obras de Miró, que compõem a maior mostra do artista que já passou pelo Brasil, os convidados que participaram da avant premiére sobre a exposição que abre sábado em Florianópolis tiveram uma "atração" a mais: foram guiados pelo neto do pintor, Joan Punyet Miró.

Exposição é gratuita, com distribuição de senhas


Confira entrevista com Joan Punyet

Apaixonado pela obra do avô, Punyet explica as obras em detalhes, relatando como foram feitas. Durante o encontro, mostrou a imagem íconica de Jimi Hendrix colocando fogo na própria guitarra. Disse que assistiu à cena na TV ao lado de Miró. E que o avô, ao final da imagem, disse: "este rapaz faz o mesmo que eu". Em seguida, o neto apresentou um vídeo de Miró queimando seus quadros e depois pintando-os novamente, o que foi exposto nos anos 70 em Paris:

- Por que um homem de 80 anos, que já estava consagrado, conhecido por todo o mundo, continuava pintando e depois destruindo seus quadros? Porque meu avô buscava o máximo de tensão para ir além, dar um passo a mais na sua criação.



Em sete frases de Punyet, entenda o universo de Miró e a exposição em cartaz em Florianópolis, a partir de sábado.  


1 -  É preciso viajar para dentro para encontrar nossos sonhos e expressar a alma humana. A noite é a força criativa de Joan Miró. Meu avô dizia: quando durmo é quando mais trabalho, porque é quando vêm as ideias. De manhã, saco o pincel e as coloco para fora.
(Sobre a constância na obra de Miró de símbolos cósmicos, como a noite, as estrelas, o sonho expressado em formas abstratas, características que dão o tom surrealista à obra)  


2 - O homem não é nada. Sua obra é tudo.
(A frase exemplifica o desejo de Miró, já no fim da vida, de deixar um legado. Por isso construiu três fundações: Fundação Joan Miró (Barcelona), Fundação Mallorca e Fundação MOnt-roig) 


3 - Ele gostava de dar uso ao material obsoleto, porque dizia que a matéria tem uma vida. Tem uma força pura. Por isso essa exposição chama-se a força da matéria
(a explicação para alguns quadros do pintor serem feitos em superfícies como um pedaço de madeira)


4 - Qual diferença entre Picasso e Miró me perguntou um amigo em um café em Barcelona. Eu disse: Picasso tem um problema: tudo que ele faz é bonito. Miró acreditava que há de se ir além da beleza figurativa para chegar à beleza sentimental.
(Sobre quadros, expostos no Masc, em que o pintor pisou sobre a tela ou rasgou com uma faca, fazendo uma linha - que parece uma tinta branca)  


5 - Ou ele pintava ou ele morria
(Aos 16 anos, Miró já tinha certeza que seria pintor e enfrentava o pai, que não queria que ele seguisse sua vocação)



6 -
Luz, música, estrela, noite, pássaro são a simbologia particular que formam a arte de Miró
(sobre a presença constante dessas figuras na obra do artista)  


7 -
A cabeça está decapitada. Por quê? Porque meu avô sempre quis falar aos humildes, aos excluídos e, por meio da reciclagem de objetos, mostrar uma segunda chance"
(sobre uma escultura da exposição feita a partir de uma lata de molho de tomate, cuja a tampa significa uma cabeça decapitada)


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Cris Vieira / Agencia RBS

Joan Punyet Miró está em Florianópolis para o lançamento da exposição de Miró
Foto:  Cris Vieira  /  Agencia RBS


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