Itapema FM | 18/08/2015 04h32min
Na hora de adoçar o cafezinho, qual é a sua opção favorita? Açúcar ou adoçante?Se o primeiro é apontado como o vilão da boa alimentação, só resta apostar na segunda opção. Certo?
A resposta é: nem sempre.
— O adoçante é uma boa opção para reduzir a caloria da dieta. Então, quem usa líquidos adoçados com uma grande quantidade de açúcar, pode usar o adoçante — explica doutora em Ciências Médicas pela UFRGS, nutricionista clínica e professora da Unisinos Ana Harb.
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Entretanto, o consumo deve ser moderado.
— Eu recomendo adoçantes só em casos de necessidade especiais, como o da diabetes e da obesidade — diz a nutricionista Rochele Quadros.
Ela revela que estudos feitos em animais mostraram que o consumo excessivo de produtos à base de sacarina e ciclamato podem provocar câncer.
— Quando indico, dou preferência para os adoçantes naturais, tal como o de estévia — recomenda.
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Já a nutricionista clínica e doutora em Epidemiologia pela UFRGS Francisca Mosele sugere tirar aditivos de sabor da alimentação:
— Estimulo as pessoas a conhecerem o verdadeiro sabor dos alimentos.
Para ela, cafezinho é puro e uma limonada, por exemplo, deve ser adoçada com mel ou açúcar mascavo.
Para quem não deixa os adoçantes de lado de maneira nenhuma, conheça os mais populares e saiba quem pode e quem não pode consumi-los.
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Aspartame
Este adoçante foi descoberto nos anos 1960 e possui um sabor muito semelhante ao do açúcar refinado. De acordo com Francisca, é indicado para dietas que restringem o açúcar. É contraindicado para portadores de fenilcetonúria, gestantes e lactantes. Composição: ácido aspártico e a fenilalanina, unidos com pequena quantidade de metanol.
Características: tem poder adoçante 200 vezes maior do que a sacarose. Sensível ao calor, perde o poder adoçante quando submetido a altas temperaturas.
Ciclamato
Foi descoberto em 1939 e, também, tem gosto semelhante ao do açúcar, deixando um leve sabor residual. Ele não é metabolizado pelo organismo. Segundo Francisca, não existem dados suficientes para a indicação em gestantes, lactantes e crianças. Como possui sódio, deve ser evitado por hipertensos.
Composição: Ciclo-hexilamina (derivado do petróleo)
Características: tem poder de adoçar 40 vezes maior que o açúcar e não perde esta qualidade quando submetido a altas ou a baixas temperaturas.
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Estévia
Muito difundida no Japão, foi descoberta em 1905. Segundo Ana, não possui contraindicações e não produz cáries. Também não é metabolizada pelo corpo. Apesar de ser natural, também possui desvantagens:
— O consumo de estévia altamente refinada pode estar associada a alterações no sistema gastrintestinal como náuseas, sensação de plenitude gástrica e inchaço. Composição: extraído de uma planta nativa da América do Sul conhecida como Stevia rebaudiana.
Características: é bem doce, tem poder 300 vezes maior que o açúcar. Mantém-se estável tanto em altas quanto em baixas temperaturas.
Sacarina
Sua descoberta data de 1878 e foi o primeiro adoçante sintético que se tem notícia. Assim como o ciclamato, não é metabolizado pelo organismo. Mantém-se estável mesmo em altas temperaturas. Apesar de ser um adoçante, estudos feitos em animais revelaram que ele pode contribuir para o aumento de peso e obesidade. É contraindicado para gestantes, lactantes e crianças.
Composição: produzida a partir do tolueno
Características: poder adoçante 500 vezes maior do que o açúcar, com grande sabor residual amargo.
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Sucralose
Este adoçante foi descoberto em 1976 e é considerado o mais seguro, atualmente, segundo Ana. É muito utilizado em refrescos, adoçantes de mesa, sobremesas instantâneas e conservantes. Também não é metabolizado pelo organismo e é eliminado pela urina e pelas fezes após 24 horas. Não produz cáries. Há relatos de associação do consumo com casos de dor de cabeça e enxaqueca, aponta Francisca.
Composição: feito a partir do açúcar
Características: seu poder adoçante é 600 vezes maior do que o açúcar e se mantém estável em altas e em baixas temperaturas.
Xilitol
Não possui contraindicações. Além de adoçar, a substância possui outras utilizações:
— Recentes pesquisas têm sugerido que o xilitol possui aplicações clínicas, sendo indicado para a prevenção de cáries, tratamento de diabetes, desordem no metabolismo de lipídeos, lesões renais e parenterais, bem como na prevenção de otite, infecções pulmonares e osteoporose — enumera Francisca. No entanto, deve-se observar a dose diária de 60 gramas e em porções espaçadas, pois o excesso pode resultar em um efeito laxativo.
Composição: na natureza o xilitol pode ser encontrado em frutas, vegetais e cogumelos em concentrações muito baixas, por esse motivo, a obtenção de xilitol a partir dessas fontes é feita pela hidrogenação da D-xilose presente na matéria vegetal.
Características: ideal para substituir o açúcar e tem elevada estabilidade química e microbiológica.
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