Itapema FM | 05/08/2015 07h02min
Após 15 dias de isolamento individual em lugares diferentes, 10 integrantes do Cena 11 se reencontram hoje no palco do Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis. Com 20 anos de carreira e reconhecimento nacional pela pesquisa em dança e tecnologia, a companhia catarinense compartilha com o público o complexo questionamento: por que e como continuar?
- Você não pode ir ao teatro achando que vai ver um espetáculo de dança. Esse reencontro é como se fosse ver uma família que decidiu se separar por um tempo para entender quais são os laços que a unem, se a unem, e se de alguma forma seus integrantes vão continuar morando juntos ou não - adverte Alejandro Ahmed, diretor e um dos fundadores, que foi refletir sobre o futuro do grupo em um retiro de ioga e meditação no interior de Minas Gerais.
O isolamento e o reencontro fazem parte das cinco instâncias do projeto Protocolo Elefante. Cidade do México, Chapada dos Veadeiros, uma tribo indígena no Norte mineiro e uma cabana na Serra Catarinense foram alguns dos locais escolhidos pelos artistas para esta etapa batizada de Solilóquio. Vídeos, áudios e todo tipo de registros feitos de forma autônoma durante o isolamento poderão ser apresentados na noite de hoje.
Selecionado pelo programa Rumos Itaú Cultural 2013/2014 e pelo Prêmio Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura 2014, Protocolo Elefante iniciou no ano passado com a instância Auto-retrato, quando a companhia se reuniu em estúdio por quatro meses para elaborar uma forma de autorreferência, seguida por Espelho, na qual o grupo foi analisado a partir do olhar de três artistas convidados: Eduardo Fukushima, Michele Moura e Wagner Schwartz. Após Solilóquio e Reencontro, virá Criação, que consiste em uma residência de produção coletiva em Kyoto, no Japão, e a montagem de uma coreografia inédita prevista para estrear em março de 2016.
O nome do projeto, que pode ser acompanhado no site cena11.com.br, é uma referência ao mito do elefante velho que se afasta da manada antes de morrer. Se o Cena 11 vai acabar? Ninguém sabe. Mas o grupo encara o desafio de olhar para dentro e repensar seu rumo.
- Acho que a gente está se permitindo não ter medo da morte das coisas. Com isso, outros caminhos se abrem, outras maneiras de olhar para o outro - conclui Ahmed.
Para onde foram
Karin Serafin
Casa de retiros espirituais, Morro das Pedras, Florianópolis
Mariana Romagnani
Tribo indígena Maxakalis (MG)
Jussara Belchior
Ilha do Mel (PR)
Anderson do Carmo
São Paulo e Campinas (SP)
Marcos Klann
Cabana na Serra Catarinense
Alejandro Ahmed
Retiro de hatha yoga e meditação (MG)
Edú Reis Neto
Litoral Sul de Santa Catarina
Aline Blasius
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO)
Hedra Rockenbach
Cidade do México
Malu Rabelo
Templo Taikanji (SP)
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Integrantes se reencontram a partir das 19h30 no Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis.
Foto:
Cristiano Prim
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Divulgação
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