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Itapema FM  | 02/08/2015 01h18min

Festival de Dança de Joinville encerra com os destaques dos sete gêneros

Melhores grupos subiram pela última vez no palco da 33ª edição

Rafaela Mazzaro  |  rafaela.mazzaro@an.com.br

O que é preciso fazer para ganhar os assovios e "bravo" de um público que já espera assistir ao que há de melhor? A pergunta que talvez rondou a cabeça de muitos coreógrafos foi respondida naturalmente pelos 4,2 mil pessoas que passaram pelo Centreventos Cau Hansen neste sábado para se despedir do 33º Festival de Dança de Joinville.

A plateia, "jurado" mais rigoroso do evento, mostrou, ao seu modo, que aprecia ousadias. E elas não faltaram na Noite dos Campeões, em todos os gêneros. Só em danças urbanas, teve bailarina tomando emprestado a trilha do clássico Dom Quixote, bailarino que dançou ao som do piano ao invés das batidas eletrônicas do gênero e conjunto invadindo a área da plateia para distribuir flores no embalo da letras de Zeca Baleiro.

Até mesmo o balé clássico de repertório, que segue coreografia centenária, trouxe seu elemento surpresa. O Grupo Especial da Escola Municipal de Bailados de Ourinhos pode não ter sido vencedor — decisão tomada pela organização do evento por ultrapassar em 28 segundos o tempo máximo previsto na inscrição —, mas a recepção do público à impecável produção de Noite de Walpurgis o julgou como o melhor da noite. Ourinhos não saiu de mãos abanando. Além da ovação calorosa, levou o prêmio especial revelação pelo desempenho do bailarino Breno Lucena.

Se em alguns momentos poderia parecer difícil definir para qual categoria se dançava sem a classificação anunciada no telão, tal hibridismo dos trabalhos, a derrubada das fronteiras culturais também chamarou a atenção. Que o diga o Academia Elizabeth Vinader, do Paraguai. Os paraguaios conquistaram as graças da plateia com uma montagem inspirada na Índia e levaram para casa o troféu de melhor grupo e um cheque de R$ 24 mil. Esta é a segunda vez os vizinhos ficam com um prêmio especial — a primeira foi de revelação, em 2004.

— Ficamos 10 anos sem participar do Festival de Joinville porque não queríamos vir sem ter um trabalho que tivesse potencial para ganhar. Voltamos no ano passado, vencemos e retornamos neste ano — conta Harold Colman.

Além do prêmio de revelação, o balé clássico levou o de melhor bailarina para Isabella Rodrigues, do Raça Centro de Artes, de São Paulo. A jovem dançou um pas de deux e uma variação de O Lago dos Cisnes. A viagem ao exterior para investir na carreira ficou para Renata Pacheco, do Balé da Cidade de Santos, de São Paulo, escolhida a coreógrafa revelação. Já o melhor bailarino representou o jazz. Ricardo Pereira, do Espaço Artístico Nicole Vanoni, de Curitiba, levou R$ 8 mil, assim como a melhor bailarina e o revelação.

Para o ano que vem

A curadoria artística do Festival de Dança volta a se encontrar ainda neste mês para começar os preparativos da 34º edição, que será realizada de 20 a 30 de julho de 2016. O grupo se despede de Taís Vieira, que passa o bastão para Thereza Rocha, pesquisadora de dança, diretora de espetáculos e dramaturgista de processos de criação. Ela fará frente às decisões sobre as atrações do evento ao lado de Marcelo Misailidis e Mônica Mion.

— Precisávamos de alguém da área acadêmica e a Thereza vem completar este time. Ela foi por dois anos organizadora dos nossos seminários — explica o presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz.

Além de definir as companhias que estarão na abertura, Noite de Gala, Mostra Contemporânea, Estímulo, oficinas e cursos, o grupo seleciona os participantes das competições e palcos abertos. A curadoria é o termômetro de qualidade do festival.

— Praticamente todas as noites tiveram casa cheia, porque as pessoas perceberam que os grupos escolhidos estão cada vez melhores não importa o gênero — comemora Diniz.

A NOTÍCIA
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