Itapema FM | 28/07/2015 07h30min
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A Companhia Urbana de Dança, do Rio de Janeiro, reúne todos os atributos para merecer a atenção de bailarinos de qualquer gênero e do público: independência, qualidade e reconhecimento. Não bastassem essas três características, o grupo ainda milita, no palco, na tentativa de apagar uma mancha incrustada na sociedade. O racismo está na pauta das coreografias e no cotidiano dos nove bailarinos que se apresentam nesta terça-feira, na Mostra Contemporânea do 33º Festival de Dança de Joinville.
Por trás da companhia formada por jovens negros da periferia está a coreógrafa Sonia Destri Lie, que hoje se orgulha de atuar quase que exclusivamente na Urbana. Ela conta com um elenco fiel que se mantém há sete anos. Thiago Sousa, também idealizador do grupo, e Rafael Balbino, por exemplo, estão desde o primeiro ano de formação.
– A companhia não é um projeto social. O bailarino tem que ser bom como ser humano, tem que fazer o investimento valer a pena. O desejo dele tem que ser maior que a necessidade – reforça a diretora, que diz ter feito audições pouquíssimas vezes.
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Sonia conseguiu ir longe com muito pouco. Ela chegou a vender bens pessoais para investir na companhia, um retorno que veio em forma de reconhecimento internacional. A Companhia Urbana de Dança goza de prestígio até onde estão as origens de seu estilo, o hip-hop. Foi nos Estados Unidos que o grupo foi indicado ao Bessie Awards como melhor trilha sonora, assinada por Rodrigo Marçal, e incluído na lista dos dez melhores espetáculos de 2010, segundo o The New York Times. A vaga no ranking foi garantido por ID: Entidades, trabalho com o qual o grupo estreia em Joinville.
– A gente foi lá dançar a dança dos caras, na terra deles, propondo, ainda por cima, uma desconstrução. Foi impressionante a recepção. Nestes anos todos, não recebemos nenhuma crítica ruim – conta Sonia.
No ano que vem, a companhia partirá para a terceira turnê nos EUA e por lá não dança para um público menor do que mil pessoas, o que torna a passagem pelo Festival de Dança, no Teatro Juarez Machado, onde a capacidade é de 500 pessoas, um tanto quanto especial. O grupo também coleciona passagens por festivais europeus.
ID: Entidades leva o hip-hop ao contexto da linguagem contemporânea e tem como base a própria vivência do grupo, nos desdobramentos de coreografias anteriores. A companhia é formada em sua maioria por homens. O elenco conta com apenas uma mulher, Jessica Nascimento, além da coreógrafa e diretora.
O QUÊ: ID: Entidades, da Companhia Urbana de Dança.
QUANDO: terça, às 22 horas.
ONDE: Teatro Juarez Machado, anexo ao Centreventos Cau Hansen (avenida José Vieira, 315).
QUANTO: ingressos a R$ 22, à venda no www.ticketcenter.com.br e na bilheteria do Centreventos.
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