Schirlei Alves
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"Espero que as pessoas saiam mais felizes do que quando chegaram ao espetáculo". Essa é a expectativa do coreografo Anthony Heinl toda vez que a companhia italiana
eVolution Dance Teather sobe ao palco. O espetáculo
Firefly ("vaga-lume" em português) iluminou a
Noite de Gala do
Festival de Dança de Joinville nesta segunda-feira. A performance trouxe ao público um novo olhar sobre a arte do movimento.
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Na montagem da companhia italiana, bailarinos e acrobatas unem suas experiências aos mais modernos recursos tecnológicos e de ilusionismo. Efeitos visuais formam figuras misteriosas que dão vida à imaginação e ampliam a movimentação coreográfica.
Cada fragmento do espetáculo conta com um diferente recurso tecnológico. Em meio ao breu, os bailarinos se movimentam e ganham formas a partir de focos de luz e figurinos iluminados. Os movimentos tornam-se mágica aos olhos do público que não pode ver o que ocorre no escuro, atrás dos bailarinos.
Como a intenção do coreógrafo é divertir, há momentos em que os bailarinos viram atores, os movimentos se transformam em personagens caricatos que sob o efeito do jogo de luz ganham vida e interagem com a plateia.
Concluir a montagem do show não é uma tarefa fácil. Os movimentos e os jogos de luzes precisam estar sincronizados e em sintonia com a música. São meses de trabalho até chegar ao resultado final. Durante a apresentação, a visão dos bailarinos é limitada, por isso, eles precisam estar afinados para executar cada movimento no momento certo.
O processo de criação desse show é semelhante a um espetáculo de dança. Ainda que misture tantos elementos visuais, Heinl também procura contar uma história através de suas criações. São como pequenos contos ilustrados em uma sequência de jogos de imagem.
— Nós precisamos encontrar a história, a música, uma razão para fazer. Nós buscamos criar algo bonito, com energia e entusiasmo — disse Heinl em entrevista ao jornal "A Notícia" pouco antes da apresentação.
O espetáculo agradou a mineira Catarina Xavier de 17 anos. Firefly trouxe elementos diferentes dos quais a ex-bailarina estava habituada a prestigiar.
— Eu achei maravilhoso, fora do padrão que estou acostumada a assistir. Tudo muito moderno e tecnológico.
Espectadores mais exigentes como o bailarino Jefferson Marques, de 26 anos, que veio de Tocantins e está familiarizado com apresentações artísticas, sentiram falta de elementos fortes da dança em si.
— Eu gostei sim, é uma imagem visual muito bonita que mexe com o nosso imaginário. Mas, queria ver mais movimentação de dança. É mais uma visão de ótica mesmo — avaliou.
A performance encerrou com bossa nova e elementos da cultura brasileira ilustrados com os jogos de iluminação para dizer "obrigado". O agradecimento do grupo foi correspondido pelo público que aplaudiu de pé.
A companhia italiana faz turnê pelo Brasil com o espetáculo apresentado no Festival de Dança de Joinville.
A NOTÍCIA