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Itapema FM  | 20/07/2015 14h55min

"Sal da Terra" e "O Menino e o Mundo" são premiados no Platino

Grande vencedor da noite foi a coprodução entre Argentina e Espanha Relatos Selvagens

O Brasil não fez feio na segunda edição dos Prêmios Platino do Cinema Ibero-americano. Apesar de ter apenas quatro indicações, levou duas estatuetas - melhor documentário para Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Salgado, e melhor animação, para O Menino e o Mundo, de Alê Abreu. A coprodução entre Argentina e Espanha, Relatos Selvagens, foi a grande vencedora da noite.

A estatueta de atriz, que tinha na brasileira Leandra Leal uma forte concorrente (por seu trabalho em O Lobo Atrás da Porta), acabou ficando mesmo com a argentina Êrica Rivas, de Relatos Selvagens.

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Este foi um dos oito troféus atribuídos a Relatos Selvagens. Além dos Platinos de melhor filme e atriz, recebeu os de diretor, roteiro, montagem, direção de arte, som e música original. Sobrou pouco para o resto dos candidatos. O superfavorito espanhol, La Isla Minima, ficou apenas com fotografia. O melhor ator foi Oscar Jaenada, por Cantinflas. E o melhor longa de estreante foi La Distancia mas Larga, da venezuelana Claudia Pinto.

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Os prêmios foram entregues num cenário impressionante - o Starlite Marbella, na Cantera de Nageles, um grande auditório cavado em meio a uma pedreira, no alto da Sierra Blanca. Quem tem medo de altura, sofreu na estrada. Mas a paisagem, da qual se vislumbrava o Mediterrâneo ao longe, compensava o susto. Havia mais de 2,5 mil pessoas no auditório, homens em black-tie, mulheres de vestido longo.

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Várias celebridades do mundo prestigiaram a festa, como a veterana atriz Rita Moreno, porto-riquenha e dona de um Oscar por Amor, Sublime Amor (West Side Story). Também estiverem presentes o ator Edward G. Olmos e o boxeador panamenho Roberto "Manos de Piedra" Durán.

Mas quem roubou a cena mesmo foi Antonio Banderas. O ator, agraciado com o Platino de honra deste ano, despontou com o cinema com Pedro Almodóvar, mas, como lembrou em sua fala, teve de ir a Hollywood para se tornar um nome e rosto mundialmente conhecido. O discurso teve sentido político e foi muito aplaudido. Banderas repercutiu a ofensa de Donald Trump aos latinos. Trump andou dizendo que, deles, só vinham criminosos aos Estados Unidos, o que gerou reações revoltadas. Banderas lembrou uma coisa óbvia, mas nem sempre presente nas cabeças do povo latino, brasileiros incluídos.

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— Se não gostarmos de nós mesmos, ninguém o fará por nós.

Pelo que se sentiu nos discursos da festa e também pelos bastidores, o Prêmio Platino vem com a clara intenção de divulgar o cinema ibero-americano e conquistar para ele mais espaço no competitivo mercado audiovisual mundial. Como se sabe, com raras exceções (como França, Coreia, Índia, China), a ocupação desses mercados é majoritariamente norte-americana.

Os filmes de Hollywood, na maior parte dos países, vende mais de 80% dos bilhetes. Sobra pouco espaço para as cinematografias do resto do mundo. De modo que a instituição de um prêmio como este pretende ser não apenas celebração de "latinidad", mas busca racional de nichos de mercado. Se terá esse efeito a longo prazo, só o tempo dirá. O fato é que, durante a festa, destacou-se o grande número de coproduções, isto é, de cooperações financeiras e artísticas entre países.

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A começar pelo título vencedor, uma coprodução entre Argentina e Espanha. O Platino consagrou talvez não o melhor filme entre todos, mas aquele que mais agradou ao público e melhor viajou entre países. Relatos fez 3,5 milhões de espectadores em seu país e 500 mil no Brasil, proeza para um filme argentino. Foi muito bem em outros países do resto do mundo. É um latino de vocação global e talvez seja isto o que se busca.

Veja os vencedores:

Relatos Selvagens (Argentina/Espanha) - melhor filme, diretor (Damian Szifron), atriz (êrica Rivas), roteiro (Damian Szifron), música original (Gustavo Santaolalla), montagem (Damian Szifron e Pablo Barbieri), direção de arte (Clara Notari), som (José Luiz Díaz)

Cantinflas (México) - melhor ator (o espanhol Oscar Jaenadas)

La Isla Mínima (Espanha) - melhor fotografia (Alex Catalá)

O Sal da Terra (Brasil- França) - melhor documentário

O Menino e o Mundo, de Alê Abreu (Brasil) - melhor filme de animação

La Distancia mas Larga (Venezuela- Espanha), de Claudia Pinto - melhor filme de diretor estrante (opera-prima)

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