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Itapema FM  | 06/07/2015 17h51min

5 hábitos da época da inflação: será que eles voltarão?

Especialistas discutem se velhos costumes ainda são aplicáveis a tempos de crise

Felipe Martini  |  felipe.martini@zerohora.com.br

Com aumento da inflação e dos preços – principalmente dos alimentos –, o Brasil vive um período de crise econômica. Se, na década de 1990, a inflação causava corridas aos supermercados e planejamento detalhado dos gastos domésticos, o que fazer no atual momento financeiro? Será que os velhos hábitos adotados naquela época, como o rancho mensal, o consórcio e a poupança ainda se aplicam?

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ZH conversou com Myrian Lund, planejadora financeira e professora dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas e com o professor de Economia da PUCRS Alfredo Meneghetti para descobrir se os velhos costumes ainda podem ser aplicados.

Fazer um rancho mensal 
Não vale a pena estocar produtos. Na década de 1990, o que havia era um descontrole generalizado, em que a inflação chegou a 800% por ano. Hoje, a inflação está em 9%. De acordo com Meneghetti, o estoque não é recomendado pois não há disponibilidade financeira das famílias para fazê-lo, uma vez que o endividamento da população está alto. Além disso, os preços de outros serviços também aumentaram e o risco de desemprego está presente.

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– O que as pessoas precisam fazer é pesquisa de preço. O valor de um produto pode variar em até 40% em diferentes supermercados. É preciso procurar – afirma o professor.

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Outra modalidade que vale a pena é comprar coletivamente com familiares ou amigos em atacados visando diminuir o gasto. A compra no atacado vale a pena se o desconto for de 5% a 10%, já tendo embutido o valor gasto com deslocamento.

– A partir de 5% de desconto vale a pena, porque no Brasil temos que aprender a valorizar pequenas economias. Não temos esse hábito. Achamos que poupar dois reais por dia não é nada. Dois reais em um ano são R$ 720, que poderiam ser usados para comprar algo útil ou para ajudar a pagar as férias – explica Myrian.

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Consórcio
É uma modalidade sugerida para quem não consegue guardar dinheiro de forma alguma. No consórcio você paga ao longo de um período por um produto que não pode usufruir de forma imediata. O consumidor deve lembrar que é preciso verificar a veracidade do consórcio junto ao Banco Central e nunca se deve comprar de instituições que não são autorizadas pelo mesmo.

– Eu creio que o financiamento ou parcelamento direto do consumidor que tem o negócio ou produto na mão é melhor do que utilizar um intermediário. O consumidor precisa avaliar caso a caso – explica Meneghetti.
 
Comprar ouro
Quem compra ouro não está preocupado com rentabilidade, está preocupado em ter um bem real. Atualmente, as pessoas adquirem ouro quando estão num momento de dúvida e incerteza quanto ao futuro da moeda. Este não é o caso do Brasil:

– Por exemplo, se eu estou na Grécia, onde o futuro da economia é incerto, posso comprar ouro para me prevenir – pontua a planejadora.
 
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Comprar dólar
Só vale a pena se for viajar. A moeda americana chegou a um nível razoável, e só pode atingir valores exorbitantes se houver um descontrole da economia, se o Brasil for rebaixado em termos de categoria de risco ou se os EUA subirem as taxas de juros. E esse não é o caso, segundo previsões do mercado financeiro. 
 
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Poupança
Essa hábito nunca foi voltado para grandes investimentos. É um produto para pequenos investidores, que não conhecem o mercado e querem segurança com pouco risco. Ele praticamente corrige a inflação. Para quem tem mais dinheiro na poupança, é aconselhável rever onde investir.

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