Não é só de animações ou das modernas releituras do diretor Tim Burton que vivem as adaptações de Alice no País das Maravilhas para o cinema. Se o filme da Disney de mesmo nome, Lançado em 1951, ficou famoso como um dos desenhos infantis mais criativos e populares de todos os tempos, e Burton prepara para 2016 (agora só como produtor) Alice no País das Maravilhas: Através do Espelho, há pelo menos uma dezena de outras produções que ganharam as telonas nestes 150 anos de vida da obra de Lewis Carroll.

Conversamos com especialistas, pesquisadores e com a bisneta da Alice original para entender a importância de Alice no País das Maravilhas

Conheça outras cinco adaptações menos conhecidas de Alice no País das Maravilhas:

1. Primeiro filme sobre a personagem saiu 38 anos depois do livro – e é incrível

Em 1903, o diretor Cecil M. Hepwoeth ousou produzir a primeira versão de Alice para o cinema. Escalou Mary Clark como a personagem principal e filmou 12 minutos (o maior tempo de um filme feito na Inglaterra até então) de cenas baseadas nas ilustrações originais de Sir John Tenniel. A esposa de Hepwoeth viveu a Rainha Vermelha, o próprio diretor encarnou o personagem do sapo e um bichano de estimação da família encarnou o Gato Risonho. Os oito minutos do filme que restaram intactos tiveram suas cores restauradas pelo Instituto Britânico de Cinema (BFI, na sigla em inglês) e foram disponibilizados no YouTube.

2. Meryl Streep viveu Alice aos 32 anos

Uma das mais respeitadas atrizes da história, Meryl Streep já deu vida a Alice em um filme feito para a TV americana. Alice at the Palace, de 1982, foi filmado em uma espécie de palco de teatro e tem sequências musicais.

3. Fizeram um musical pornô inspirado em Alice em 1976

Alguém teve essa ideia. A obra de Lewis Carroll inspirou um filme pornográfico em 1976. Como se não bastasse, o filme também é um musical, com momentos cantados — como no segmento acima — entre as cenas de sexo.

4. Na Rússia, a história ganhou ares de surrealismo e terror

Adriana Peliano, a presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil, descreveu Alice no País das Maravilhas como "um livro de perguntas móveis e mutantes, sem respostas prontas, que nos convida a procurar o jardim de inesgotáveis possibilidades criativas que existe em cada um de nós". O filme Alice, do diretor checo Jan Svankmajer, levou isso à risca e fez uma versão cinematográfica surrealista, com ares de terror e suspense e uso de stop-motion, no qual a personagem convive com seres angustiantes em um ambiente de sonho (ou pesadelo).

5. Na França, atores contracenaram com bonecos

Com uma qualidade técnica impressionante, este filme de 1949 feito na França mescla atuações com bonecos em stop-motion, manipulados pelo artista Lou Bunin — além de ter momentos musicais como o do vídeo acima. O filme acabou não sendo distribuído na Grã-Bretanha porque a personagem da Rainha era considerada muito parecida com a monarca verdadeira. Nos Estados Unidos, o longa foi alvo de uma batalha judicial com a Disney, que já produzia o seu clássico lançado em 1951. A versão francesa, como a da Disney, não fez sucesso. Porém, o desenho animado foi relançado em 1974 e se tornou um clássico.

Acesse a reportagem especial sobre os 150 anos de Alice no País das Maravilhas: