{Spoilers para quem não assistiu à segunda temporada de Hannibal}

O impecável final da segunda temporada de Hannibal elevou bastante as expectativas para o terceiro ano da aclamada série inspirada nos livros de Thomas Harris. Afinal, o público americano iria se render (como os críticos) à refinada produção de Bryan Fuller sobre o serial killer canibal Hannibal Lecter ou o programa amargaria novamente números ruins de audiência, que o deixariam em risco de cancelamento?

Como o terceiro ano do seriado está no ar há um mês nos Estados Unidos, a estreia no Brasil, às 22h desta sexta-feira no AXN, já chega com a resposta (negativa) a essa questão. Embora tenham mantido a qualidade na fotografia, a narrativa extremamente "dark" e a ousadia tão incomum na TV aberta americana - características que tornaram a série um produto único na atualidade -, os primeiros episódios pecaram justamente no roteiro, algo que não havia ocorrido até então.

Transferida para a Europa, onde Hannibal (Mads Mikkelsen) se instalou com a terapeuta Bedelia Du Maurier (Gillian Anderson) sob identidade falsa, a trama começou lenta e confusa demais, sem mostrar o que aconteceu após a carnificina da season finale, que deixou praticamente todos os personagens principais - Will Graham (Hugh Dancy), Jack Crawford (Laurence Fishburne), Alana Bloom (Caroline Dhavernas) e Abigail Hobbs (Kacey Rohl) - à beira da morte, após serem atacados pelo canibal. Com a audiência minguando ainda mais, o programa foi cancelado pela emissora NBC depois de apenas três episódios exibidos nos EUA. Pelo menos, garantiram a exibição dos outros 10 já gravados, finalizando a temporada em agosto.

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Mesmo assim, a série continua muito acima de outras produções em termos de qualidade. Uma boa notícia para os "fannibals", que bombaram a campanha #SaveHannibal no Twitter após o anúncio: os produtores estão conversando com Amazon e Netflix para tentar ressuscitar o seriado em um serviço de streaming, como já ocorreu com Arrested Development, The Mindy Project e The Killing, por exemplo. Ainda há esperança.