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Itapema FM  | 01/07/2015 16h38min

"O Exterminador do Futuro: Gênesis" é fan fiction confusa

Quinto filme da saga estrelada por Arnold Schwarzenegger estreia nesta quinta nos cinemas

Atualizada em 03/07/2015 às 08h45min Roger Lerina  |  roger.lerina@zerohora.com.br

Revisitar as características dos dois primeiros filmes da série O Exterminador do Futuro, com o acréscimo de efeitos especiais da hora e um gordo orçamento, é um ponto de partida promissor. Mas deu xabu nesse foguete: O Exterminador do Futuro: Gênesis não vai além do pastiche que tenta emular em vão os acertos do par de longas dirigidos por James Cameron.


Confira uma análise do desempenho dos três personagens principais em cada uma das cinco produções da série:

 


A superprodução que entrou em cartaz nesta quinta não bate os originais nem mesmo no quesito tecnológico: a pirotecnia sem novidades das imagens retrabalhadas em computador de Gênesis (que custou US$ 170 milhões) toma uma surra dos hoje toscos mas ainda eficientes efeitos de O Exterminador do Futuro (1984) – que saiu na época pela bagatela de US$ 6,4 milhões.



Assinado por Alan Taylor, o novo título não é uma sequência nem um recomeço da franquia. O Exterminador do Futuro: Gênesis parece uma fan fiction – narrativa baseada em personagens e eventos de uma ficção já existente, escrita por fãs dessa obra. A trama começa em 2029, quando o líder da resistência humana John Connor (Jason Clarke) envia o sargento Kyle Reese (Jai Courtney) de volta para 1984 para proteger Sarah Connor (Emilia Clarke) dos robôs que dominam o planeta e garantir o futuro da espécie. Mas uma alteração nos acontecimentos embaralha a linha do tempo, e o soldado terá que se aliar ao Guardião (Arnold Schwarzenegger), um exterminador do bem, e enfrentar improváveis inimigos.

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O alinhamento de Gênesis com o universo dos filmes de super-heróis vai na contramão da objetividade de O Exterminador do Futuro em seus primórdios: misto de máquina e homem, o vilão quase indestrutível fala pelos cotovelos, em maçantes argumentações sem fim. O palavrório todo também não dá conta de explicar a barafunda temporal de passados e futuros alternativos.

Falta ainda empatia ao casal principal: o inexpressivo Jai Courtney faz um sargento Reese bobão, enquanto a bela Emilia Clarke – a Daenerys Targaryen de Game of Thrones – carece da força e do "sangue no olho" que a atriz Linda Hamilton emprestava a Sarah Connor. Resta Schwarzenegger: o veterano ator é responsável pelos melhores momentos de Gênesis, tanto sentando a pua nos adversários – o Guardião chega a brigar com uma versão do mal dele próprio – quanto nos lances engraçados, em que tenta copiar o comportamento humano. Talvez o único legado de Gênesis seja uma nova frase marcante do exterminador, autodefinindo-se: "Velho, não obsoleto". Muito pouco para tanto barulho.


SEGUNDO CADERNO
Paramount Pictures / Divulgação

Emilia Clarke e Arnold Schwarzenegger são os protagonistas do novo longa da série
Foto:  Paramount Pictures  /  Divulgação


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