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Itapema FM  | 28/06/2015 16h30min

Terceira temporada de "Orange Is the New Black" perde em ação, mas ganha em reflexão

Série da Netflix deixou um pouco de lado o apelo sexual para explorar temas polêmicos

Vanessa Scalei  |  vanessa.scalei@zerohora.com.br

Orange Is the New Black não é uma série sobre um presídio feminino. É uma produção sobre relações humanas, com um olhar apurado sobre as questões de gênero. Esse é o grande mérito da atração criada por Jenji Kohan — a partir do livro homônimo de Piper Kerman — e produzida pela Netflix. Esta terceira temporada, que estreou em 12 de junho, pode até parecer a mais morna de todas, mas, quando se reflete com mais calma sobre ela, percebe-se o quanto trouxe de debates — a maioria deles universais e que transcendem as celas de uma prisão.

Aborto, dependência química, trans e lesbofobia, machismo, estupro, fé versus fanatismo, privatização de presídios, ressocialização e corrupção. O leque de assuntos que os produtores apresentam é amplo. A série deixou um pouco de lado o apelo sexual da segunda temporada para falar sobre outras coisas. Algumas personagens cresceram, outras ficaram chatas, e algumas mantiveram-se iguais.


Piper (Taylor Schilling), a protagonista, teve uma virada. Sem adentrar em spoilers, ela ficou ambiciosa, dominadora e, por vezes, má. Em contrapartida, Alex (Laura Prepon) incorporou a postura amedrontada da ex-namorada. Ficou parecendo uma versão de Se Eu Fosse Você com as duas invertendo as personalidades.

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Mas, como já tinha ocorrido na segunda temporada, a trama delas era mais uma entre as demais. Nesse contexto, alguns personagens acabaram crescendo em importância. O destaque fica com Tiffany "Pennsatucky" Doggett (Taryn Manning). Por meio da sua história é que surgiram os temas de aborto, estupro, machismo e dependência química. Atenção especial à cena do episódio dois, em que ela conversa com Big Boo (Lea DeLaria) sobre os abortos que fez e seu consumo exagerado de drogas.

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Sophia Burset, personagem da elogiada Laverne Cox, sofre com a transfobia das colegas. Em cenas nada sutis, é possível perceber como o preconceito pode brotar com força em um ambiente no qual parecia ser quase inexistente. E tem Norma (Annie Golden) e Leanne Taylor (Emma Myles) para nos mostrar como o fanatismo religioso é perigoso.

Sim, falta aquele algo mais nesta temporada, um ponto de tensão maior. Mas Orange Is the New Black continua com sua originalidade. A série já está renovada para uma quarta temporada e ainda tem muito a mostrar.

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JoJo Whilden,Netflix / Divulgação

História de Pennsatucky (Taryn Manning, à esquerda) levanta temas como aborto, estupro, machismo e uso de drogas
Foto:  JoJo Whilden,Netflix  /  Divulgação


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