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Itapema FM  | 25/06/2015 07h02min

Steve Vai: "Se não fosse guitarrista, iria criar abelhas ou venderia sorvete"

Em entrevista exclusiva, o gênio da guitarra fala de ídolos, carreira e música

Emerson Gasperin  |  emersongster@gmail.com

Antes de começar a aula magna que ministrou na terça (23) no Teatro do CIC, em Florianópolis, Steve Vai recebeu o pianista Alberto Heller, a violinista Iva Giracca e a produtora Maria Elita Pereira no camarim. A comitiva da Camerata Florianópolis entregou ao guitarrista uma partitura e um pen-drive com uma música chamada Rock in Rio Overture, composta especialmente com a finalidade se ser tocada no show que o artista fará com a orquestra no festival carioca, em setembro. Enquanto a organização do workshop aquecia uma sopa de abóbora no microondas para o vegetariano Vai, ele reservou dez minutinhos para a entrevista exclusiva abaixo.



Quais foram seus primeiros ídolos na guitarra?
Quando comecei a tocar, eu era fã do Led Zeppelin, então Jimmy Page foi o número 1. Depois vieram Brian May (Queen) e Richie Blackmore (Deep Purple). Jimi Hendrix também sempre esteve entre meus preferidos, e todos aqueles guitarristas progressivos dos anos 70. Enquanto fui crescendo, descobri o fusion jazz com Al Di Meola, John McLaughlin, Santana…

Como era tocar com Frank Zappa? O que você aprendeu com ele?
A maior lição que aprendi com Frank foi que quando ele tinha uma ideia e queria fazer uma coisa, ele simplesmente fazia. Não havia limites. Para mim, que tinha 20 anos na época em que tocamos juntos, esse foi o ensinamento mais valioso.

Você já planejou o que irá tocar com a Camerata Florianópolis no Rock in Rio?
Achei incrível quando fui convidado a me apresentar no Rock in Rio com orquestra. Pode ser arriscado para muitas pessoas, mas tenho uma história tocando com orquestras e sempre foi muito bom: é rock, é sinfônico, é tudo grandioso. Já fiz shows com seis ou sete, e sabe o que é mais curioso? Cada orquestra toca a mesma música com um jeito diferente. É isso que espero da Camerata, um sotaque brasileiro.

Ainda há espaço para solos de guitarra na música pop atual?
Nos dias de hoje, a tendência é que não. Mas isso não faz com que as pessoas tenham deixado de amar tocar guitarra. O fato de não haver mais solos não significa que a guitarra esteja morta. Não sei o que o futuro reserva, mas sempre que surge alguém fazendo com a guitarra algo novo e que que se encaixe na música pop, isso muda tudo. Quando Hendrix apareceu, ele mudou todo. O único jeito de atingir as pessoas é fazendo algo diferente, como Eddie Van Halen. Ele redefiniu a guitarra no pop.

A internet está mesmo matando o rock, como disse Gene Simmons (Kiss)?
Essa é a perspectiva dele. Em termos comerciais, pode ter ficado mais difícil para os músicos ganharem dinheiro, mas há muitas vantagens também. Claro que ninguém mais venderá tantos discos quanto nos anos 80, mas isso não acontece apenas com o rock, e sim com a música em geral. É uma realidade diferente agora, e as pessoas espertas estão usando a tecnologia a seu favor.

Que tipo de música você anda escutando?
Hmmm, deixe-me ver (pega o celular para examinar o playlist). Não saio de casa sem Tom Waits, este último do AC/DC (Rock or Bust) também é muito bom, Al Di Meola, que é meu amigo (risos), Stravinsky… A música é uma força realmente muito poderosa.

O que você seria se não fosse guitarrista?
Talvez eu fosse um compositor. Fora da música, eu compraria um bom pedaço de terra na Califórnia e iria criar abelhas. Ou venderia sorvete (risos).

Charles Guerra / Agencia RBS

Instrumentista americano irá tocar com a Camerata Florianópolis no Rock in Rio em setembro
Foto:  Charles Guerra  /  Agencia RBS


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