Incentivar crianças a comerem frutas e verduras é fundamental para que elas gostem desses alimentos no futuro. É o que aponta um estudo publicado no British Journal of Nutrition nesta semana, após analisar bebês na Grã-Bretanha, Portugal e Grécia. Segundo o levantamento, dar legumes e verduras para a criança nas duas primeiras semanas em que elas começam a comer é crucial para que ela consuma esses alimentos mais tarde.

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A pesquisa também mostra que os pequenos podem gostar dos verdes ao experimentá-los várias vezes e que, quando mais tempo se passar até que eles provem este tipo de alimento, mais irão demorar a apreciar comidas saudáveis, pois bebês e crianças pequenas são mais abertos aos novos sabores e texturas.

Exemplo dos pais é fundamental

João Victor da Silva tem cinco anos e está acostumado com alimentos nutritivos. Come maçã e outras frutas no lanche da manhã e da tarde e fala animado de como gosta de cenoura. O pequeno surpreende ao dizer que não gosta de refrigerante, cachorro-quente e pizza.

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— Acho que o mais importante é dar o exemplo. O segredo é os pais também comerem esses alimentos — conta a mãe do menino, a Suzimeri da Silva Pinto.

A nutricionista Manoela Menegazzo, da Doce Vida - Assessoria em nutrição, afirma que Suzimeri está certa. Os pais são parte fundamental no processo de adaptação das crianças com alimentos saudáveis e, para isso, precisam fazer as refeições junto com os filhos e também comer bem para estimulá-los. Outro aspecto importante é deixar que as crianças menores sintam-se livres para tocar na comida e sentir a textura da novidade.

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— Priorizar a convivência e esquecer um pouco da comodidade dos produtos industrializados é essencial. Nossa orientação também é que os pais ofereçam o mesmo alimento de maneiras diferentes de oito a dez vezes para então concluir que a criança realmente não gosta. Eles não podem desistir no primeiro "não" da criança — diz Manoela.

Números de crianças acima do peso acendem alerta

Um levantamento divulgado em março deste ano pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) mostra que 7,3% das crianças brasileiras com menos de cinco anos estão com excesso de peso. Entre cinco e nove anos, o percentual de crianças com excesso de peso chega a 33,5%. Na adolescência, o quantitativo é de 20,5%. Além de estar relacionada ao peso, a alimentação saudável impacta em outros fatores, como o crescimento e o desenvolvimento da criança.

— Comer bem influencia no aprendizado, no falar e andar e na prevenção de doenças — reforça a nutricionista Manoela Menegazzo.

Rafaela Oechsler da Costa, professora do curso de Nutrição da Universidade do Vale do Itajaí, coordena um projeto de alimentação saudável com crianças entre dois e oito anos e explica que entre as mais novas é mais fácil estimular os hábitos saudáveis.

— O cardápio mais variado garante todos os nutrientes necessários. Com os mais novos fazemos brincadeiras, relacionamos com personagens e fica mais fácil introduzir os novos alimentos.