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Itapema FM  | 17/06/2015 18h01min

Em novo disco, "Drones", Muse se mostra mais rock e sombrio

Britânicos lançam álbum conceitual sobre tecnologia e manipulação

Jaime Silva  |  jaime.silva@zerohora.com.br

A tecnologia sempre foi parte importante da construção da sonoridade do trio britânico Muse. Em seu sétimo álbum de estúdio, lançado mundialmente na última semana, a banda a usa como inspiração para contar uma história sombria, na qual a humanidade é controlada por grandes corporações e seus aparatos robóticos. Nesse cenário, a decisão de bombardear uma cidade é tomada com a mesma rapidez e assepsia de uma partida de videogame — algo não muito distante do que já ocorre hoje, no fim das contas.

Drones não só é a mais ousada empreitada já lançada por Matthew Bellamy (vocal e guitarra), Chris Wolstenholme e Dominic Howard (bateria) em termos conceituais, como também marca o retorno do grupo a uma sonoridade mais rock, após o flerte com a música eletrônica em The 2nd Law (2012). Curiosamente, a primeira faixa, Dead Inside, ainda traz muitos resquícios das experimentações do álbum anterior, enquanto sua letra introduz o tema sombrio de Drones: "Você me ensinou a mentir sem vestígios/ E a matar sem nenhum remorso/ Por fora sou o grande cara/ Agora estou morto por dentro".


A proposta de retomar uma sonoridade mais orgânica chega na terceira faixa, Psycho, com seu riff de metal industrial que não faria feio em um disco do Black Sabbath, e atinge o ápice em Reapers, cuja introdução de guitarra e baixo lembra o virtuosismo de Hot For Teacher, do Van Halen. Tudo isso sem abrir mão de bons refrãos. Talvez parte da sonoridade mais rock de Drones deva-se ao toque de Robert John "Mutt" Lange, veterano produtor que assinou dois do maiores clássicos do hard rock, Back in Black (AC/DC) e Pyromania (Def Leppard).

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Claro que, como em todo o trabalho do Muse, há espaço também para as baladas. Mercy e Aftermath cumprem a função desta vez, dando respiro e equilíbrio ao álbum. A porção mais grandiloquente da obra fica para o final, com os 10 minutos da progressiva The Globalist e a faixa-título, interpretada na forma de canto gregoriano.


Com Drones, o Muse mostra personalidade rara entre as bandas do primeiro escalão: coragem para misturar elementos descaradamente pop com outros totalmente anticomerciais, criando uma marca própria. Para quem não gosta, pode soar muito pretensioso — mas também não era assim nos melhores dias do Queen e do Rush?

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Drones

De Muse

Rock, Warner, 12 faixas, R$ 29,90 (em média).

Cotação: três estrelas

warner / divulgação

Liderados por Bellamy (C), integrantes do Muse produziram seu trabalho mais ousado
Foto:  warner  /  divulgação


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