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Itapema FM  | 12/06/2015 17h53min

Sexta vira o dia oficial para lançamento de músicas

Gravadoras adequam calendário de estreias para acompanhar demanda digital

Gustavo Brigatti  |  gustavo.brigatti@zerohora.com.br

Hoje quinta-feira, a sexta já foi o dia das estreias do cinema. Agora, a data será reservada para outro propósito nobre: a partir de 10 de julho, todo os grandes lançamentos de discos serão concentrados no primeiro dia do final de semana.

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A medida, anunciada pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) na última quarta-feira como New Music Fridays, visa principalmente adequar (e equalizar) o calendário de lançamentos de discos no mundo todo. No momento, as datas são escolhidas de acordo com a necessidade de cada praça.

– O objetivo principal é fazer com que o público consumidor de música saiba que todas as sextas-feiras, novos lançamentos musicais podem ser encontrados tanto em lojas físicas como nas plataformas de distribuição digital de música, seja por download ou streaming – afirma Paulo Rosa, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD). – Com isso, o consumidor brasileiro terá acesso aos lançamentos no mesmo dia que o público norte-americano ou inglês, por exemplo.

No Brasil, a data preferida para desovar novidades é a terça-feira. Serviços de streaming como Deezer e Spotify, inclusive, possuem áreas específicas para acomodar os lançamentos.

– Para nós é uma medida bem-vinda – diz Henrique Fares Leite, gerente de relações com a indústria musical para América Latina da Deezer. – Atuamos em diversos países e precisamos sempre nos adequar às especificidades de cada um, incluindo as datas em que os discos chegam ao mercado. Com um calendário único para todo mundo, nossas operações ficam mais fáceis.

Unificar o calendário de lançamentos pode ser lido também como uma forma da indústria da música se atualizar batendo menos cabeça. Depois de quase uma década culpando a troca de arquivos digitais pela decadência de seu modelo de negócios, as grandes gravadores finalmente se encontraram nos serviços de streaming (nos EUA, eles já representam 27% do consumo de música).

Agora, parecem ter entendido que não faz sentido permanecer com uma lógica de varejo físico dentro de um meio digital – que já corresponde a 46% da sua receita.

– É ideia consensual que é preciso ficar cada vez mais fácil para o consumidor – aponta o especialista em mercado de música digital Marcelo Castello Branco. – Chega de se perder em datas caprichosas de lançamentos ou dos pré-conceitos da era física, quando um CD passava por Manaus para chegar ao Sul e Sudeste.

A briga pela atenção do consumidor, no entanto, vai ser maior. Com todos os lançamentos programados para um único dia da semana – ao invés de distribuídos ao longo dela –, vence quem tiver o maior fã-clube. Sinal de que artistas menores ou independentes vão se dar mal?

– Pelo contrário. Qualquer produtor fonográfico, seja de pequeno, médio ou grande porte, pode decidir lançar um determinado artista em outro dia da semana, ou no dia padrão de novos lançamentos que, a partir de 10 de Julho, será às sextas-feiras – diz Paulo Rosa, da ABPD.

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