Não há dúvida de que The Magic Whip é um álbum do Blur, com sua indefectível mistura de guitarras e sons eletrônicos. Mas deixa claro que muita coisa aconteceu ao longo dos 16 anos desde o último disco com a formação original, especialmente as experiências de Damon Albarn com world music e as de Graham Coxon com folk. O álbum combina pops dançantes, psicodelia e, por vezes, parece a trilha de um filme de ficção científica.

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Sensível à expectativa dos fãs, o quarteto chamou para a produção Stephen Street, o cara por trás de Parklife e Song 2, entre outros clássicos dos anos 1990. E o disco começa em território familiar, com a animada Lonesome Street, carregada dos recursos que o velho Blur usava tão bem: registros de falas (como em Parklife e London Loves) e "uh uh" de Albarn. A pista de dança ainda é garantida pela roqueira I Broadcast e pelo pop ensolarado Ong Ong, com versos como "la la la eu quero estar com você", feito sob encomenda para multidões.

Por outro lado, há uma série de músicas cerebrais e/ou melancólicas que podem frustrar os fãs mais nostálgicos. A ótima New World Towers poderia estar no álbum solo de Albarn (Everyday Robots, de 2014) e Go Out evoca a atmosfera sinistra do seu grupo Gorillaz. Há algumas faixas especialmente cinemáticas, do western Mirrorball e a distópica There Are Too Many of Us até as menos eficientes e mais eletrônicas Thought I Was a Space Man e Pyongyang.

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Gravado em cinco dias, The Magic Whip prova que a química do quarteto resistiu bem ao tempo e mostra que a guitarra de Coxon fez muita falta em Think Tank (2003). Mas pelo caminho perderam a adrenalina juvenil – especialmente Albarn, que gritava em Girls & Boys, quase chorava em To the End e hoje soa tão entediado.