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Itapema FM  | 15/05/2015 15h14min

Depois de 18 anos, Faith No More está de volta para implodir o castelo do pop

No novo disco, Sol Invictus, banda retoma as pauladas doentias que gravou após sucesso

Emerson Gasperin  |  emersongster@gmail.com

O vocalista Mike Patton criou a gravadora Ipecac e se associou a projetos malucos como Mr. Bungle, Fantômas, Peeping Tom e Tomahawk. O baixista Billy Gould tornou-se chefe de selo Kooralow Records. O tecladista Roddy Bottum fundou a banda indie fofinha Imperial Teen. O baterista Mike Bordin estava excursionando com Ozzy Osbourne. Com exceção do guitarrista Jim Martin, que preferiu continuar em San Francisco cultivando abóboras, nada disso foi capaz de fazer os integrantes originais resistirem à tentação de voltar com o Faith No More.





Dezoito anos
depois de seu último disco e seis após ter ressuscitado, o grupo formaliza o retorno em Sol Invictus, com lançamento oficial no dia 18. Os singles Motherfucker e Superhero demonstram que o quinteto californiano retomou as atividades exatamente do ponto onde parou em Angel Dust (1992). Na época, a expectativa do mercado era de que o sucessor de The Real Thing (1989) apresentasse outra Epic, a música que estourou o Faith No More. Mas, em vez do cansativo funk metal, veio uma série de pauladas doentias.

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O que poderia ser encarado como autossabotagem revela-se a força que, passado tanto tempo, move o novo trabalho. Com Jon Hudson na guitarra (o mesmo do anterior Album of the Year), a assinatura musical da banda aparece intacta também em Sunny Side Up, Rise of the Fall ou Black Friday: peso e delicadeza, gritaria e sussurro, velocidade e calmaria. Quando teve tudo para imperar nas paradas, o Faith No More radicalizou. Agora que o trono está dividido entre soberanos nanicos, chegou a hora de implodir o que resta do castelo do pop.

Que cura e acalma

De má companhia a gente boa, de largado a paizão, de perigoso a gozador, Snoop Dogg se reinventou ao substituir a apologia da bandidagem pela maconha. Em Bush – por acaso, um dos sinônimos para a erva – o ex-gangsta reproduz a parceria vitoriosa com o midas Pharrell Williams, que já rendeu no mínimo dois hits (Beautiful e Drop it Like Its Hot). O 13º disco do rapper o mostra à vontade no papel de “Will Smith chapadão”, festando como se não houvesse amanhã em California Roll (com Stevie Wonder!), Peaches n Cream, So Many Pros e Awake. Melhor assim.






LOCAIS

////// Ex-Unfactory, o florianopolitano Christopher Viana Lima tecla de Portugal, onde está morando, para avisar que saiu o novo EP da banda Double Barrel ShotGun. A história do grupo da Capital inclui uma temporada em Londres com Steve Forrest, do Placebo, na bateria. O som, porém, passa longe do britpop: é bluegrass (gênero típico da zona rural dos EUA, com banjo e escambau) envenenado com vocais roufenhos que lembram, conforme a referência, de Tom Waits a Lemmy, do Motörhead.

dustin rabin / Divulgação

Jon Hudson, Billy Gould, Mike Patton, Mike Bordin e um amiguinho
Foto:  dustin rabin  /  Divulgação


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