Ainda que a exposição Vinte e Seis – Menos Um, de Pita Camargo, abra oficialmente somente às 19h30 desta terça-feira, é impossível não notá-la mesmo por quem segue pelo trânsito nas ruas que cortam a frente do Museu de Arte de Joinville. Desde a semana passada, o conteúdo levado por dois caminhões e desembarcado com a ajuda de um guincho já se espalha pelo jardim do casarão Ottokar Doerffel.

São 12 esculturas em mármore e granito instaladas na área externa e mais 13 peças de médio porte no porão do museu que fazem parte da coleção comemorativa aos 30 anos de carreira do artista catarinense.

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A mostra percorre o Estado desde 2013, quando foi lançada em Blumenau, com apoio do Funcultural. Além das peças citadas, a exposição conta com uma presente apenas em registro – por isso, o “menos um”. Trata-se da escultura submersa no ano passado nas águas da Ilha do Arvoredo, em Porto Belo. Um vídeo mostra a instalação dessa obra, que dá pontapé à ideia do artista de criar a primeira galeria de arte brasileira no fundo do mar.

Em 1993, Camargo chegou a submergir uma escultura na Ilha de Galé, Reserva Marinha Ambiental do Arvoredo, mas por não ser um local onde o mergulho é permitido, não alcançou o objetivo desejado. Já a segunda tentativa pode ser visitada por mergulhadores enquanto, aos poucos, é envolta pela vida marinha.

– É interessante observar como a vida marinha absorve a forma e a transforma – avalia o artista, que com a ação questiona, entre outras coisas, o que é importante para a arte.

Durante os dois meses de exposição, Pita Camargo será presença frequente na cidade. Todas as sextas-feiras, ele receberá escolas para mostrar, na prática, o trabalho do escultor. Duas pedras brutas serão trabalhadas ao longo da mostra. Em paralelo, o artista fará parte de um projeto de proteção da obra pública de Fritz Alt. Cinco peças do alemão, incluindo o busto de Dona Francisca, instalado na Rua das Palmeiras, serão reproduzidas em molde.

A iniciativa é uma medida preventiva em caso de furtos ao patrimônio público. Recentemente, Camargo participou da restauração do busto de Carlos Gomes, que faz parte do acervo do 62º Batalhão de Infantaria e atualmente está exposto na Sociedade Harmonia-Lyra.

A passagem do blumenauense por Joinville desfaz um hiato de 19 anos. A última mostra individual do artista na cidade foi em 1996, fase em que trabalhava mais intensamente com esculturas em bronze. Em 2005, o catarinense chegou a expor junto com o escultor Jorge Schroeder pela Mostra Itinerante de Escultores de Grande Porte. A iniciativa do governo do Estado deixou de herança duas obras para acervo do MAJ, expostas permanentemente no jardim do casarão.​

O QUÊ: abertura da exposição Vinte e Seis - Menos Um, de Pita Camargo.
QUANDO: terça-feira, às 19h30. Visitas até dia 12 de julho, de terça a sexta, das 9 às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 12 às 18h.
ONDE: Museu de Arte de Joinville, rua 15 de Novembro, 1.400, bairro América.
QUANTO: entrada gratuita.