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Itapema FM  | 06/05/2015 17h56min

O que faz de Jimmy Fallon o novo queridinho da TV americana?

Para especialistas, apresentador do "Tonight Show" consegue fazer televisão pensando na internet

Gustavo Foster  |  gustavo.foster@zerohora.com.br

Num dos episódios recentes do The Tonight Show, Jimmy Fallon entrevistou o ator Jack Black. Falaram sobre os filhos de Black, sobre sua carreira no cinema, fizeram piadas – mas pouca gente viu. Como na maioria dos casos do programa, o que realmente fez sucesso foi uma esquete em que contracenavam o apresentador e o convidado. Dessa vez, os dois reproduziam o clipe de More Than Words, clássico de 1991 da banda Extreme. Com um programa que mistura talk show e esquetes, Fallon – que substituiu Jay Leno no comando da atração em 2014 – tornou-se o queridinho da televisão americana e se acostumou a ver seus conteúdos viralizarem nas redes sociais.

– A principal característica do programa do Fallon é ser mais legal do que engraçado. Fora isso, ele tem um apelo gigante com celebridades e pensa o programa para a internet. É na internet que ele consegue relevância e abrangência, por isso tem tanta celebridade, nostalgia – avalia Chico Barney, especialista em cultura digital e redator de televisão.

Como no caso de Jack Black, a ida de Morgan Freeman ao programa tornou-se viral por causa de um vídeo inalando gás hélio e falando com voz fina. Com Julia Roberts, uma brincadeira em que uma bola de plástico era jogada na cara da atriz e filmada em câmera lenta. Justin Timberlake já é personagem recorrente no programa – quase sempre com o número "History of Rap", onde os dois cantam um medley de sucessos do rap. Nunca uma entrevista, sempre uma brincadeira. E, quase sempre, com repercussão no dia seguinte, nas redes sociais. Para o comunicador Marcos Piangers, o poder de viralização de uma brincadeira é muito maior do que o de uma entrevista ortodoxa:

– Ele é bróder de todos os atores, então ele não entrevista, propõe brincadeiras. É muito mais gostoso tu ver o Michael Keaton, a Cameron Diaz, a Scarlett Johansson participando de quadros, brincadeiras de mímicas, de cartas, do que necessariamente uma entrevista, que é o que o Johnny Carson e o Dave Letterman faziam até então.

Outro fator que conta pontos a favor de Fallon, de acordo com Piangers, é o teor do conteúdo do Tonight Show. Ao invés do humor ácido e destrutivo de seus concorrentes, o apresentador é um good guy, um amigo se divertindo com celebridades. Até por isso, muitas vezes os vídeos virais do Tonight Show mostram Fallon tocando ao lado de artistas convidados – como foi o caso de um vídeo que mostra ele tocando Tender com o Blur, ou dos vídeos de músicas tocadas com instrumentos de brinquedo.

– Com o Jimmy Fallon, chegou um queridinho dos Estados Unidos, um good guy, um ator de Hollywood, que tem carinha bonita, não agride ninguém. Ele propõe uma comédia que levanta as pessoas, que não fala mal de ninguém, que não faz inimizades – diz o comunicador.

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No Brasil, quem mais chegou perto de fazer o que Fallon faz nos Estados Unidos foi Rafinha Bastos, no Agora é Tarde. Porém, quando o comediante estava acertando a mão, o programa foi cancelado, diz Chico Barney.

– Os late shows estão mudando, ficando mais amplos e diversos. Infelizmente, não vamos ter um novo Letterman, que tem um texto bom, sacadas boas, visão de mundo muito forte e marcante. Fallon é cheerleader. O Rafinha tentou fazer isso: no começo parecia gincana do Gugu feita às pressas, mas quando começou a ficar bom, cancelaram o programa.

Reprodução / YouTube

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Foto:  Reprodução  /  YouTube


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