Ganhador do Grammy Award e do Grammy Latino em 2014, ambos na categoria Melhor Álbum Latino de Jazz, o Trio Corrente se apresenta amanhã em Florianópolis com uma formação inédita e especial. Pela primeira vez, Fabio Torres (piano), Paulo Paulelli (baixo) e Edu Ribeiro (bateria) recebem os convidados Vinícius Dorin (saxofonista) e Daniel D'Alcântara (trompetista) para brindar o público com repertório que inclui Sarau pra Radamés (Paulinho da Viola), Modinha (Tom Jobim), Refém da Solidão (Baden Powell/Paulo Cesar Pinheiro) e também composições próprias da banda.

Edu Ribeiro integra o Trio Corrente, grupo que concorre ao prêmio de Melhor Álbum de Jazz Latino

Com 11 anos de carreira, o grupo paulistano desembarca no Estado poucos dias após gravar um novo disco que segue a proposta inicial de produzir releituras de compositores conhecidos e trabalho autoral. A diferença, segundo o manezinho Edu Ribeiro, é o amadurecimento como instrumentistas e a clareza do querem fazer.

— Estamos mais velhos e já encontramos algumas coisas que são nossas e soam como o trio, não precisamos mais procurar tanto. Terminamos de gravar no feriado de 1o de maio e temos os tracks prontos para ouvir e escolher. É sempre emocionante essa primeira audição do trabalho, depois do período de preparação dos arranjos, ensaios e gravação — afirma.

O reconhecimento internacional não mudou a maneira de criar e trabalhar, mas abriu ainda mais portas para o grupo:

— É muito confortante saber que o que você faz, sem abrir nenhuma concessão para gravadora ou mídia especializada, tem esse tipo de retorno. É claro que a agenda melhorou também. O fato de ter sido premiado com dois Grammy é uma apresentação de peso que abre portas para programação de festivais e clubes de jazz ao redor do mundo todo.

O baterista também revela ter vontade de realizar projetos com músicos da Ilha e defende a criação de mais eventos e escolas de arte para a formação de novos talentos. Segundo ele, a informação e a educação são o que fazem a diferença, sendo determinante que se invista na legitimação das artes no ensino, de modo que todas as regiões contem com instituições nas quais crianças que demonstrem interesse possam aprimorar e direcionar seus estudos em um ambiente propício para essa formação.

— Lembro bem de alguns shows a que assisti em Florianópolis na década de 80. No CIC, vi o grupo Cama de Gato e o contrabaixista Arthur Maia com o Carlos Bala tocando bateria. Vi também o Renato Borghetti com o Guinha Ramirez no TAC. Esses shows mudaram a minha vida, com eles tive a certeza de que era aquilo que queria fazer — conta.

Agende-se

O quê: apresentação do Trio Corrente, com clássicos do choro e da MPB, pela programação do Jurerê Jazz Festival
Quando: amanhã, às 20h30min
Onde: Teatro Pedro Ivo (Rodovia José Carlos Daux, SC-401, km 5, 4.600, Saco Grande, Florianópolis)
Quanto: R$ 50, R$ 25 (meia) e R$ 40 (Clube do Assinante - titular e acompanhante), à venda no Blueticket

Informações: jurerejazz.com