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Itapema FM  | 29/04/2015 07h02min

Jurerê Jazz: Azymuth celebra 40 anos de carreira na abertura do festival

Mistura de ritmos do trio carioca obteve reconhecimento muito maior no exterior do que no Brasil

Emerson Gasperin  |  emersongster@gmail.com

Em seu maior sucesso, Linha do Horizonte, o Azymuth fala que vai morar "no azul mais lindo". O verso não se refere a nenhum lugar específico, mas bem que poderia ser Florianópolis, onde o trio carioca pousa para o show de abertura da quinta edição do Jurerê Jazz nesta quarta-feira (29/4).

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Com 40 anos de carreira, o grupo obteve um reconhecimento muito maior no exterior do que no Brasil. Enquanto sua discografia nacional limita-se a dois títulos – a estreia homônima e Águia Não Come Mosca, de 1977 –, lá fora o Azymuth prepara-se para lançar o 21º trabalho, previsto para julho.

– Aqui a gente foi esquecido rápido. Felizmente, os jovens estão nos redescobrindo – diz o baterista Ivan Conti por telefone de Saquarema, cidade do litoral fluminense em que vive desde 2009 com a mulher, a filha e dois cachorros.

Mamão, como é apelidado, lembra do tempo em que a música pop e sofisticada do Azymuth, um caldo formado por jazz, funk, MPB, bossa nova e samba, tinha espaço no horário nobre da TV brasileira. Foi desse jeito que o grupo formado por ele, José Roberto Bertrami (teclados, vocal) e Alex Malheiros (baixo, guitarra, vocal) despontou, com Linha do Horizonte na trilha sonora da novela Cuca Legal, a instrumental Melô da Cuíca em Pecado Capital e Voo Sobre o Horizonte em Locomotivas.

– Depois disso, continuamos fazendo nosso som e poderíamos ter prosseguido com músicas cantadas, mas você nunca impõe seu destino – acredita.

No caso, o destino atendeu pelo nome de Claude Nobs, o diretor do famoso Festival de Jazz de Montreux que se encantou com o estilo do grupo e o levou para a Suíça em 1977, transformando-os nos primeiros artistas brasileiros a se apresentar no evento. De lá, o Azymuth rumou para uma turnê nos Estados Unidos, que rendeu um contrato com o selo Milestone Records em 1979 e dez discos em dez anos.

Passado esse período, sem gravadora, sem Bertrami e sem Malheiros, o Azymuth parecia acabado. O aparecimento do acid jazz nos anos 90 deu novo gás à banda.

– Isso ajudou não só a gente, como também João Donato, Ed Lincoln, Carlos Dafé e outros brasileiros que já faziam jazz com essa roupagem mais moderna. Os DJs começaram a tocar muito as nossas músicas e empurraram o barco de novo – atesta.

Contratado pela inglesa Far Out, o Azymuth renasceu. O tecladista e o baixista originais voltaram e, com eles, a disposição para lançar mais CDs, interrompida apenas em 2012 com a morte de Bertrami (o tecladista atual é Kiko Continentino).

– Já adoentado, ele nos desejou boa sorte com a banda. Fica o seu legado, a sua sonoridade – conta Mamão.

Que seja feita a sua vontade.

Agende-se
O quê - Abertura do festival com show de Azymuth
Quando: às 20h30min, no Teatro Pedro Ivo
Quanto: ingressos a partir de R$ 50, R$ 25 (meia) e R$ 40 (Clube do Assinante - titular e acompanhante), plateia superior 1º lote, à venda no Blueticket e nas bilheterias dos teatros Ademir Rosa, Pedro Ivo e Álvaro de Carvalho

5 grandes momentos do Azymuth

Linha do Horizonte



Melô da Cuíca



Voo Sobre o Horizonte



Jazz Carnival



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Malheiros, Continentino e Mamão: nova formação, groove de sempre
Foto:  Facebook  /  Reprodução


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