Cansado de ouvir sua mãe dizer para você levantar do sofá e arrumar um emprego? Então chegou o momento de provar que, sim, é possível se sustentar passando horas e horas assistindo a filmes e séries. Pelo menos se você for selecionado para ser um dos novos taggers da Netflix.

Cargo ainda inédito no Brasil – mas que já existe em outros países onde o serviço de TV por demanda está disponível –, o tagger é o sujeito responsável por conferir etiquetas (tags) a todas as produções da Netflix. Cada filme, série, desenho animado ou documentário chega a ter de 20 a 40 tags – algumas bem minuciosas e que podem passar batido pelo público leigo. Mas não pelo tagger.

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– Um tagger fica atento a detalhes que fazem toda a diferença na hora de categorizar e bolar recomendações para os assinantes – explica Todd Yellin, vice-presidente de inovação de produto da Netflix, em entrevista por telefone – Por exemplo, se um determinado filme apresenta uma história simples ou complicada. É voltado para crianças? É para crianças com menos de 10 anos ou mais? É uma animação? É uma animação com animais? Esses animais falam? Há fumo, bebida, nudez? Se sim, que tipo e quanto de nudez aparece? Há violência? Que tipo e quanto de violência?

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Vencida a etapa de categorização por parte do tagger, o sistema da Netflix cruza essas tags com informações a respeito dos hábitos da audiência. Segundo Yellin, nada é deixado de fora a partir do momento em que o play é apertado:

– Em que dispositivos as pessoas estão assistindo mais? Que tipo de programa estão assistindo? Quanto tempo gastaram assistindo a esse programa? Eles abandonaram após 5 minutos ou viram inteiro? Uma série de TV, eles assistem a um episódio atrás do outro e levam uma semana para ver tudo ou assistem de vez em quando e demoram seis meses?

Informação local deve melhorar experiência

Atualmente, toda essa informação é importada, o que pode causar recomendações estranhas para os usuários da Netflix no Brasil – afinal, não são os nossos hábitos que estão sendo monitorados. Um problema que o tagger local deve solucionar.

– A palavra-chave é personalização. Queremos tornar mais fácil para o nossos cliente encontrar o que eles querem e terem grandes momentos assistindo à Netflix – define Yellin.

As inscrições podem ser feitas pelo site jobs.netflix.com. A vaga exige conhecimento em cinema e conteúdo para televisão, organização, detalhismo e inglês fluente.

A Netflix prefere profissionais que tenham conhecimentos em Excel e sistemas de administração de conteúdo. Os candidatos devem ter entre um e dois anos de experiência trabalhando com cinema ou comunicação (experiência cobrindo cinema ou televisão é considerado um bônus). O sistema de trabalho é home office, mas a seleção terá lugar em São Paulo. O salário da função não foi divulgado pela empresa.

Veja o vídeo promocional da vaga: