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Itapema FM  | 25/03/2015 04h01min

William Waack relança livro sobre a participação do Brasil na II Guerra

Livro "As Duas Faces da Glória" presenta o olhar de aliados e inimigos sobre os soldados da FEB

Alexandre Lucchese  |  alexandre.lucchese@zerohora.com.br

Livro que jogou luz sob a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na II Guerra Mundial, As Duas Faces da Glória (Planeta do Brasil, 344 páginas, R$ 41,90)acaba de ganhar reedição ampliada, 30 anos depois de seu lançamento. No novo volume, além de apresentar a visão de aliados e inimigos dos brasileiros que atuaram na Itália, o jornalista William Waack analisa a cobertura de guerra a partir dos avanços da revolução da informação e de sua própria experiência reportando conflitos no Oriente Médio, América do Sul e Europa. Em entrevista por e-mail, ele avalia o legado histórico da participação brasileira no episódio e compara os conflitos contemporâneos com o passado.

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É senso comum dizer que a participação dos brasileiros na II Guerra foi simbólica e de menor peso em comparação à de outras nações. Estamos diante de um mito ou uma verdade?O problema desta pergunta é estabelecer com quem estamos nos comparando. É evidente que não cabe a menor comparação entre o que o Brasil fez e o esforço de guerra de países como União Soviética, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e por aí vai. Em alguns casos, os soviéticos perdiam em menos de uma hora o que o Brasil perdeu na guerra inteira em vidas humanas. Não cabe nenhum tipo de comparação nesse sentido. Se formos comparar a posição internacional do Brasil antes e depois da participação, porém, chegaremos a outras conclusões: simbólica do ponto de vista da contribuição ao esforço militar, a participação brasileira foi importante do ponto de vista político e estratégico (em parte devido à nossa geografia, que ajudou muito o esforço logístico dos aliados na conquista da África e, por extensão, da Itália). O que gostaria de ressaltar, ainda, é o fato de que, sendo ou não simbólica a nossa participação, isto em nada altera o heroísmo e o sacrifício individuais de pracinhas que chegaram despreparados e enfrentaram algo de que não tinham a menor ideia.

O livro busca apresentar a visão dos aliados e dos inimigos da FEB. Quais são as principais diferenças entre os dois olhares?Curiosamente, prefiro ressaltar as semelhanças entre os ex-inimigos alemães e os ex-aliados ocidentais ao tratar com os brasileiros. Os dois lados tiveram enorme dificuldade em entender o que somos, que tipo de sociedade construímos e, principalmente, nosso próprio caráter nacional. Os dois lados manifestaram enorme ignorância em relação ao que é o Brasil. Pode-se dizer tranquilamente, sem temer ofender a ninguém, que os dois lados olharam para nós, brasileiros, de cima para baixo.

Com sua experiência em diferentes coberturas de conflitos bélicos, como comparar o modo como se dão as batalhas hoje e como se davam na II Guerra?

Sou ávido leitor de história, incluindo história militar, e posso me arriscar a dizer, ecoando um sem número de autores, que nada mais remotamente comparável aos combates da II Guerra ocorreu desde então. Não sei se veremos outro confronto de forças convencionais como as do conflito encerrado há 70 anos. Outros episódios de guerra mais recentes (sobretudo no Oriente Médio), envolvendo forças convencionais "clássicas", não guardam a menor proporção com a II Guerra.

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