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Itapema FM  | 24/03/2015 07h01min

Construção de espaço cultural no Vila Nova é a prioridade da Fundação Cultural

Em entrevista ao Anexo, Rodrigo Coelho fala sobre projetos e investimentos para 2015

RAFAELA MAZZARO  |  rafaela.mazzaro@an.com.br

R$ 26 milhões é o valor que a Fundação Cultural de Joinville (FCJ) terá para garantir o funcionamento de suas unidades em 2015. O valor representa 1,3% do orçamento total do município, 0,3% a mais do que foi repassado no ano passado. O acréscimo, conquistado pela classe artística e pelo Conselho Municipal de Cultura, significa R$ 6 milhões a mais no bolso da FCJ.

Em entrevista ao Anexo, o presidente da fundação e vice-prefeito, Rodrigo Coelho, fala sobre as prioridades de investimento deste recurso e os projetos em andamento.

Que item o senhor elegeria como prioridade para 2015?
Rodrigo Coelho:
O Mais Cultura Vila Nova, que fica ao lado da Escola Karin Barkemeyer. Será no mesmo modelo do CEU do Aventureiro. Começamos o processo licitatório e esperamos que isso se resolva, no máximo, em dois meses e que a obra seja concluída até o final do ano. Por quê? É uma demanda bem antiga da comunidade e é um espaço fantástico. Vai ter só a parte cultural, mas vamos construir uma pista de skate. Esse é o grande projeto e, na verdade, complementa a ideia de fortalecer a extensão da Casa da Cultura.

O senhor frisou desde o início do mandato que o principal objetivo era reabrir os espaços culturais que acabaram fechados por causa de danos estruturais. Como estão os encaminhamentos para recuperar, por exemplo, a cobertura do Museu Casa Fritz Alt, com problemas há cinco anos?

Rodrigo Coelho:
 Praticamente todos os espaços culturais estavam fechados, se não por inteiro, parte deles. Se você for pegar as fotos do início da gestão e de como está agora, verá que o Fritz Alt melhorou 1.000%. Não dava para entrar lá, tinha muito mato. Aquele galpão nos fundos, usado como sala educativa, era um depósito. Na realidade, chovia mais dentro do que fora. Hoje, virou um espaço expositivo, tem mostras e oficinas com a criançada. O número de visitantes aumentou. O que está em processo licitatório é em relação à cobertura da casa. É só isso que falta. O museu foi pintado e revitalizado. Em todos os museus serão instalados parquinhos e academias da melhor idade para que seja um local de convívio. Em breve, assim como terá no Teatro Juarez Machado, já em licitação, haverá cafés em alguns museus, para que as pessoas tenham a chance de tomar um café, comprar um livro, uma lembrancinha.

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Sobre o processo licitatório, o valor foi mantido? As empresas não estavam se inscrevendo porque não se interessavam pelo valor...
Rodrigo Coelho: Está na fase de inscrição das empresas. Com este valor (R$ 177 mil) se consegue fazer a cobertura. Como houve deserta de duas licitações, a terceira é carta-convite para três empresas. Ganhará a de menor valor.

O acervo do Museu de Sambaqui, recentemente alagado, será transferido para um novo local ou o projeto para a construção de um prédio anexo será retomado?
Rodrigo Coelho: As duas coisas. O projeto precisa de algumas adequações para também não sofrer com as enchentes, como levantar mais o pé-direito. Nesta semana, vamos encontrar outro lugar. Pode ser em uma sala do Centreventos, que tem local disponível. Estamos em contato com a Fundação Catarinense de Cultura para nos ajudar no projeto do anexo e oferecer mais segurança para o acervo. Também acredito que as obras de drenagem do rio Mathias, quando ficarem prontas, vão ajudar muito na questão dos alagamentos na região.

Qual é a sua opinião sobre a declaração do prefeito Udo Döhler em relação a uma possível unificação das fundações de cultura, esporte e turismo?
Rodrigo Coelho:
 É uma ideia que não está pronta. Precisa ser muito amadurecida e debatida junto ao Conselho Municipal de Cultura.
 
De que forma a cultura se beneficiaria com essa mudança?
Rodrigo Coelho:
A criação (da secretaria) é uma tendência de municípios novos, pois diminui as burocracias para recebimento de recursos estaduais e federais. Hoje, alguns recursos precisam passar primeiro pela Secretaria de Planejamento para que ela transfira o valor para a fundação. Isso traria mais agilidade na resposta à população em casos como o do Museu de Sambaqui.

Os R$ 26 milhões que serão destinados à cultura em 2015 são suficientes?
Rodrigo Coelho: É o suficiente. O prefeito ainda assumiu o compromisso de aumentar o Sistema Municipal de Apoio à Cultura (Simdec) 0,2% a cada ano. Então, vamos atingir a meta de 3% (referentes ao IPTU e ao ISS) antes do que prevê o Plano Municipal de Cultura. Neste ano, 2,4% de IPTU e ISS vão para o Simdec.

O formato atual do Simdec será mantido em 2015?
Rodrigo Coelho:
Foram feitas adequações muito interessantes em 2013 e 2014. Para este ano, o que a gente prevê é mais incentivo para o Carnaval. Havia seis projetos de R$ 15 mil. É pouco, temos que aumentar esse valor. Não podemos ficar na dependência de repasse expressivo do poder público municipal e estadual um mês antes do Carnaval.

O fechamento da maioria dos espaços poderia ter sido evitado com manutenção frequente, já que se tratam de imóveis históricos. De que forma a FCJ pretende fazer isso? Existe um orçamento para isso?

Rodrigo Coelho: O que acontecia com o orçamento da Fundação é que ele era contingenciado. Por lei, no mínimo 1% do orçamento do município tem que ir para a cultura. Vinham esses 1% , só que, chegava dezembro, não era gasto nem 0,5% e ainda se estava devendo para fornecedores. Nós estávamos aqui com dívidas com fornecedores há mais de seis meses, por isso não havia manutenção. Então, dinheiro tem. Esse ano, e esta é uma conquista da classe cultural como um todo, incluindo o Conselho Municipal de Cultura, os vereadores aprovaram o aumento de 0,3% no nosso orçamento. Passou de 1% para 1,3%. Este aumento de R$ 6 milhões dará um fôlego para investir na Cidadela Cultural Antarctica e na antiga Prefeitura, que também é uma demanda de longa data da classe cultural.

Sobre a indefinição quanto ao destino e ao estado de conservação da Cidadela Cultural Antarctica, assuntos debatidos na movimentação popular Ocupacidadela: qual é a solução para este patrimônio histórico público?
Rodrigo Coelho: Nós estamos só esperando que a Seprot desocupe o espaço até junho. Foi feita uma consulta pública e surgiram sugestões fantásticas de uso para a Cidadela. Agora, vamos nos reunir com o conselho para formatar as sugestões em conjunto com a classe artística. Parabenizo pela iniciativa do Ocupacidadela, é esse tipo de coisa que se espera das pessoas. As sugestões estão sendo finalizadas. O teatro (Galpão da Ajote) já tem, a Aaplaj (Associação de Artistas Plásticos de Joinville) já tem e, certamente, terá espaço para iniciativas de circo, capoeira, cervejas artesanais, café com livraria e revistaria, palco para apresentações, tambores do Japão, Amuj (Associação de Músicos de Joinville), culturas populares em geral, filateria, cinema e Carnaval, espaço para a Lecaj (Liga das Entidades Carnavalescas de Joinville). Além, é claro, do Museu de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke, que é uma concessão pública.

O prédio da antiga Prefeitura, na rua Dr. João Colin, já teve vários destinos anunciados, mas continua servindo como depósito. O espaço será finalmente voltado para a cultura, como já foi prometido outras vezes?
Rodrigo Coelho: Sim, porque agora a Seprot (Secretaria de Proteção Civil de Joinville) vai para o prédio antigo dos Correios, no Centro, e que tem um estacionamento gigantesco e bem mais centralizado para a atuação dos guardas municipais, que vão zelar mais pelo patrimônio público e evitarão o vandalismo.

Serão mantidos os projetos antigos de ocupação da antiga Prefeitura?
Rodrigo Coelho:
Tem um projeto antigo e o IPPUJ (Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville) fez um novo, mas será tudo refeito, porque queremos adequar o local para que receba um museu da dança e um galpão da dança. A ideia do museu é que ele seja interativo. Foi feito uma reunião com os membros da comissão. A ideia era fazer no Centreventos, mas a gente viu que seria algo apertado, pequeno, e surgiu a antiga Prefeitura, espaço que a gente sempre sonhou.

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