Itapema FM | 20/03/2015 18h01min
Os ex-alunos formados pela Escola do Teatro Bolshoi no Brasil que revisitaram nesta sexta-feira as instalações da instituição deixaram ou não têm como prioridade as sapatilhas. Embora longe dos palcos, os 16 convidados do Sexta com Arte, projeto de apresentações abertas à comunidade, também estão distantes do fracasso. Isso porque entre as missões da escola de Joinville não está somente formar bons profissionais da dança, mas também bons cidadãos.
— Queremos mostrar aos alunos que não é frustrante se você não virar um bailarino — explica Kauane Leite, formada em dança contemporânea e responsável pelo encontro que acabou virando duas sessões de show de talentos e bate-papo com o público.
:: Confira a página especial dos 15 anos do Bolshoi ::
Histórias como a de Rafael Leite, 22 anos, arrancaram palmas de admiração do público que acompanhou a primeira edição do ano do projeto, comemorativa aos 15 anos da instalação da instituição em Joinville. Atualmente, ele é sargento do 62º Batalhão de Infantaria e estudante do curso de direito, conquistas e escolhas que receberam influência do período em que ele estudou balé clássico e dança contemporânea, entre 2007 e 2009. Até no exército, Rafael diz se beneficiar com os aprendizados da filial do balé russo.
— O fato de eu ter frequentado o Bolshoi me faz ter destaque dentro do batalhão, tanto pela disciplina quanto pela parte física. Tudo o que eu aprendi na escola eu mantenho no exército — conta o ex-aluno, que ainda dá aulas de dança na Cia. Onda Dura e participa do circo Roiter Neves como artista e professor, tudo para não perder o contato aprendido no Bolshoi.
— Não consigo ficar longe da arte — diz.
Professores de dança, publicitários, jornalistas e fisioterapeutas participaram do encontro, que contou com apresentação de contemporâneo, balé, pole dance e um desfile assinado pela estilista Cristine Miranda, que desenha figurinos de balé e vestidos de festa. A médica dermatologista Raquel Steglich, formada pela primeira turma de aperfeiçoamento em dança, também conversou com os atuais alunos e ressaltou a disciplina, marca do método russo de ensino, como a principal herança da escola para a sua carreira.
Para o diretor geral da escola, Pavel Kazarian, nem todos os alunos se tornam bailarinos, mas muitos passam a atuar em áreas próximas ou por trás dos palcos.
— Muitos saem da escola e vão direto para a faculdade, realidade diferente da que teve seus pais, por exemplo — afirma.
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