O Twitter nasceu no South by Southwest (SXSW) em 2007. O Foursquare nasceu aqui em 2009. Então, por algum tempo não se falou muito de aplicativos — o papo era Google Glass, pulseiras inteligentes, Uber — mas parece que a bola da vez, neste ano é, além disso tudo, um app. O Meerkat.

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É uma tecnologia para transmissão de vídeo pelo celular. Lembra das twitcams? É a mesma coisa, agora direto do smartphone. O skatista Tony Hawk usa para mostrar suas novas manobras, esportistas para conversar com fãs, jornalistas para cobertura ao vivo em lugares afastados. Starbucks e todas as grandes marcas estão "meerkating". O negócio já virou um verbo.

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No SXSW, Dan Pfeiffer, assessor de imprensa da Casa Branca, disse que "o Meerkat vai ser a grande revolução de 2015/2016". Ele acredita que as pessoas vão começar a transmitir suas vidas em vídeo, e isso será o futuro dos blogs.

O que vai bombar no SXSW, maior festival de criatividade do mundo

Fundado pelo jovem Ben Rubin, 27 anos, o Meerkat tem apenas 11 funcionários e já vale algo perto de US$ 200 milhões. Percebendo a tendência, o Twitter comprou um aplicativo similar ao Meerkat, o Periscope, por supostamente US$ 100 milhões (o App ainda não está disponível na App Store).

Filme de Will Ferrell é acusado de racista

Pulando para a sétima arte, teve polêmica em Austin. "Este filme é racista e sexista. E trata o estupro como piada", foi o que uma pessoa da plateia gritou para o diretor Etan Cohen, na estreia mundial de Get Hard, onde eu estava na segunda-feira.

— É difícil achar uma linha de humor com esses temas — foi a resposta do diretor.

O clima pode ter pesado no final da sessão, mas o começo do encontro, com Kevin Hart e Will Ferrell, foi de descontração. Ferrell faz o mesmo papel desde 1997: o idiotão que está sempre no lugar errado e na hora errada e tem de lidar com situações desconcertantes. Em Get Hard, acontece o mesmo: ele é um milionário que se vê às vésperas de ser preso e precisa aprender a sobreviver na prisão pelos próximos 10 anos.

O comediante Kevin Hart é o pai de família que, apenas por ser negro, é escolhido para treinar o ricaço para os percalços da prisão. A partir daí, o filme mostra uma série de situações hilárias onde Ferrell treina artes marciais, envolve-se com gangues e experimenta relações homossexuais, já que na prisão este será seu futuro inevitável.

É um filme divertido para quem gosta da comédia boba de Will Ferrell. A plateia do Paramount Theatre, de Austin, explodiu em risos várias vezes. Mas se você não gosta de piadas bobas sobre raça e gênero, não assista.

Mundo digital no mundo físico

"SXSW é uma grande maratona de ideias. Arrisco dizer, no entanto, que a grande vivência é o festival como um todo, a experiência de ESTAR nele, 'the experience itself'. Na eletrizante corrida pelo conteúdo, você precisa planejamento, agilidade, gosto pelo risco e desapego, além, é claro, de muito preparo físico e um estoque de Chlorella tablets.

A quantidade de novas ideias é tão grande que é dificil objetivar sem o tempo necessário para digerir, mas eu diria que uma das principais percepções é que a tecnologia deixou de ser o tema central, para ser protagonista em outras áreas, ou seja, falou-se menos de tecnologia pela tecnologia e mais sobre tecnologia aplicada. O mundo digital no mundo físico."

Flavia Moraes, diretora de Inovação e Linguagem do Grupo RBS

Surpreendente line up gastronômico

"É o momento em que o festival, que já tem mais de 25 anos, percebeu que a gastronomia é um movimento tão legal quanto música, filmes, tecnologia. Fizeram todo um line up gastronômico, falando sobre o tema como negócio, de startups gastronômicas.

Se vê salas de palestras com grandes chefs ficarem lotadas, com fila de espera. Aqui se tornou muito claro que food truck não é uma febre, mas uma realidade. O SouthBites tinha um trailer park próprio do evento. No SXSW, percebe-se que a gastronomia indo para a rua vai ser cada vez mais comum."

Diogo Carvalho, sócio-fundador do Destemperados