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Itapema FM  | 13/03/2015 07h01min

Gustavo Brigatti: "Screamride" tenta ser divertido, mas não chega lá

Simulador de montanha russa da Frontier Developments é bonito e cheio de boas intenções, mas peca pela repetição

Gustavo Brigatti  |  gustavo.brigatti@zerohora.com.br

A Frontier Developments é conhecida pelos seus simuladores, como Zoo Tycoon e RollerCoaster Tycoon, e joguinhos familiares voltados para o sensor de movimentos da Microsoft – entre eles Kinectimals e Disneyland Adventures. Mas parece que em Screamride alguma coisa aconteceu _ alguma coisa que distorceu o senso de humor da desenvolvedora, para dizer o mínimo.

Exclusivo para XBox 360 e XBox One, Screamride coloca o jogador para trabalhar na área de testes de novos produtos da Screamworks, empresa dedicada a construir aparelhos que arrancam gritos de seus usuários. O carro-chefe são montanhas russas, mas há também espaço para o desenvolvimento de um "brinquedo" interessantíssimo: uma cabine onde as pessoas são colocadas para serem arremessadas contra construções. E não é qualquer tipo de construção, mas edifícios em locais com grande concentração de pessoas. É, pois é. Mas calma que melhora.

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Todo o jogo é acompanhado por uma inteligência artificial que fica se comunicando com você. Na apresentação e no término de cada etapa, ela dispara comentários ácidos do tipo "essa base de testes foi construída sobre um vulcão ativo e convidativo, como as populações indígenas da área que precisaram ser removidas" ou "parabéns, você está se tornando um especialista em destruir coisas, o que não é nenhuma surpresa para alguém da sua espécie".

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As montanhas russas são triviais, mas seu uso, não. Os carrinhos são dotados de melhorias, como turbo, asas e... explosivos. Em alguns testes, é preciso literalmente demolir paredes no término do percurso, jogando o carrinho contra elas – detalhe que os equipamentos são testados com pessoas, que funcionam (e até se vestem) como aqueles bonecos de testes de impacto de veículos. Mas por pior que seja o estrago, é óbvio que ninguém nunca morre. Afinal, são, hã, bonecos de teste. o_O

O modo de demolição é mais interessante, consistindo em jogar cabines de diversos tipos contra edificações. O lance é que as cabines são atiradas por uma espécie de atiradeira mecânica, em que é preciso levar em conta velocidade e ângulo para ser bem sucedido e destruir o máximo de construção com o menor número de arremessos. Nesse ponto lembra muito a física de Angry Birds: acerte a base de um prédio e ele irá desmoronar e, com sorte, derrubar outras construções durante a queda.

Em ambas as modalidades, o segredo está na decoreba: aprenda todas as curvas e pontos críticos da montanha russa e você vai se dar bem; aprenda a mirar nos pontos certos da edificações e nada ficará no seu caminho. Portanto, é preciso insistir e persistir. E o problema esta aí.

Screamride cansa. Depois de algumas horas de jogo, pouca coisa poderá ser feita além de tentar quebrar recordes e subir nos placares de líderes. Há até uma terceira modalidade de jogo, em que você constrói montanhas russas, mas para mim não pegou. É chato e burocrático demais, e eu não quero me chatear enquanto jogo. Quero, sobretudo, me divertir. Screamride até tenta. Mas fica pelo caminho.

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