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Itapema FM  | 11/03/2015 19h01min

Entra em cartaz "Para Sempre Alice", filme que valeu o Oscar a Julianne Moore

Atriz vive uma professora de linguística que encara com sua família a degradação mental provocada pelo Alzheimer

Marcelo Perrone  |  marcelo.perrone@zerohora.com.br

Atores com estofo dramatúrgico encarnando vítimas de doenças devastadoras costumam render filmes de elevada capacidade de empatia com o espectador. Em produções desse gênero, reparos a um roteiro pouco criativo ou a doses de melodrama além da conta tendem a ganhar o salvo-conduto afetivo que os minimizam diante da dimensão da tragédia pessoal.

No papel de uma mulher de 50 anos diagnosticada com Alzheimer, em Para Sempre Alice, Julianne Moore ganhou os mais importantes prêmios da temporada cinematográfica nos Estados Unidos e foi aposta certa na conquista do Oscar de melhor atriz. Sua atuação no filme que entra em cartaz no Brasil nesta quinta-feira é mesmo notável, ao ponto de fazer essa modesta (em ambição e orçamento) produção dever tão somente a ela a projeção alcançada. Cabe destacar que, à frente de um projeto bem mais arriscado que apresentou em 2014, Mapas para as Estrelas, Julianne ganhou o troféu de atuação no Festival de Cannes — estreia no próximo dia 19 no circuito nacional.    

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A Alice do título é uma professora de linguística em pleno vigor físico e profissional, o que torna ainda mais potente o drama que enfrentará. Seu apagar das luzes precoce e acelerado é mostrado didaticamente pelos diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland, dos pequenos lapsos de memória à perda do controle do corpo, do afastamento do marido (Alec Baldwin) à reaproximação da filha caçula (Kristen Stewart).

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Não há como ficar insensível à terrível via-crúcis da personagem e à atuação de Julianne. Mas Para Sempre Alice ganharia a densidade adequada se os realizadores trilhassem um caminho menos linear e superficial. Como fez, diante do mesmo tema, a diretora Sarah Polley em Longe Dela (2006). Nesse belo filme, o mergulho na escuridão do esquecimento é carregado de delicadas nuanças tanto na representação de Julie Christie, também indicada ao Oscar, quanto na provação, igualmente avassaladora, encarada por aqueles que cercam a protagonista.

Para Sempre Alice (Still Alice). De Richard Glatzer e Wash Westmoreland. Drama, EUA/França, 2014, 101min, 12 anos. Cotação: 3/5.

Livro ganha nova edição nacional

Lançado no Brasil em 2009, o livro Para Sempre Alice ganhou neste ano uma reedição com nova identidade visual — na capa, uma foto da atriz Julianne Moore e um selo que diz "O livro que inspirou o filme" não deixam dúvidas nos leitores. O romance foi lançado originalmente em 2007 como Still Alice, e marcou a estreia na literatura da pesquisadora americana Lisa Genova, P.H.D. em neurociência pela Universidade de Harvard.

Ao transpor para a ficção conhecimentos sobre a vida de pacientes com Alzheimer, Lisa criou um best-seller que já conta com traduções para mais de 20 países e que catapultou sua carreira no mundo editorial. De lá para cá, a autora também escreveu Left Neglected (2011), sobre paralisia, editado no Brasil como Nunca Mais, Rachel (2012); e Love Anthony (2012), que trata do autismo, ainda inédito no país. Romance, Nova Fronteira, 288 páginas, R$ 29,90. Tradução de Vera Ribeiro

 

Diamond Filmes / Divulgação

Kristen Stewart e Julianne Moore em "Para Sempre Alice"
Foto:  Diamond Filmes  /  Divulgação


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